Retrospectiva 2022
Newsletter Energia e Biogás | Resumo de 2022
Energia e Biogás 2022: Retrospectiva dos fatos que marcaram o ano de 2022 no setor de biogás
Chegou o momento de recapitular as notícias que movimentaram o setor do Biogás no Brasil.
Confira abaixo, nesta edição especial da nossa Newsletter, uma seleção de notícias preparada pela equipe do Portal Energia e Biogás com os principais fatos e acontecimentos (de diversos veículos de imprensa) que marcaram o mercado do Biogás no Brasil, durante o ano de 2022.
O ano de 2022 iniciou com alguns destaques na mídia sobre novos investimentos de empresas para expansão dos negócios na área de biogás. No Rio Grande do Sul foi anunciado o acordo entre as empresas Sulgás e SebigasCótica para novos empreendimentos na área de Biogás (saiba mais).
Em São Paulo, a RZK Energia divulgou a sua captação de R$ 56 milhões para usinas renováveis (solar e biogás), a partir da emissão dos títulos verdes. A emissão dos títulos foi coordenada pelo banco Inter, com parecer independente da Sitawi. Até o final deste ano a previsão da companhia era de entregar mais nove usinas solares e mais uma de biogás e esperava chegar a 29 plantas até o fim do trimestre (saiba mais).
No setor sucroenergético, repercutiu no início de 2022 a notícia da parceria entre a Cocal e a Geo Biogás & Tech, onde o destaque foi divulgação de alguns detalhes do projeto de biogás/biometano e os planos das companhias para o futuro. O diretor comercial da sucroenergética explicou sobre comercialização de biometano por carreta e gasoduto isolado, além de expansão da planta de biogás e conversão da frota. A parceria entre as empresas viabilizou inauguração de uma planta de biogás Narandiba (SP) anunciada em outubro de 2021. A Cocal também anunciou fechamento de um contrato com a fábrica de alimentos Liane, localizada em Presidente Prudente (SP), para entrega do biometano pela GasBrasiliano (saiba mais).
No Estado do Paraná, empresa alemã Me Le Biogas GMBH propôs a implantação de um programa de saneamento rural no município de Quatro Pontes. O prefeito de Quatro Pontes recebeu uma comitiva formada por integrantes das empresas Me Le Biogas GMBH, Armatec Gmbh e AMBICOOP com objetivo de apresentar proposta para implantação de um programa de saneamento rural no município e produção de biogás (saiba mais).
Durante janeiro de 2022, ocorreu a publicação do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 (PDE 2031) que destacou que a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e o Programa Combustível do Futuro para impulsionar os novos investimentos e alavancar novos combustíveis no Brasil. Entre os biocombustíveis, segundo o PDE 2031, o biogás e o biometano irão ganhar destaques nos próximos anos. O PDE 2031 elegeu o biogás e SAF como rotas para descarbonizar transportes (combustíveis ainda precisam de marcos legais para ganhar competitividade e firmar um mercado no país) (saiba mais).
O biogás ganhou relevância, tornando-se um insumo estratégico para o setor de telecomunicações. A concessionária de telefonia Vivo (marca comercial da Telefônica Brasil S.A.) anunciou a inauguração de usina de biogás em São Paulo. A usina foi construída pelo Grupo Gera, inaugurada no município de Santos no mês de dezembro de 2021, junto ao aterro Terrestre Ambiental com potencial de captação entre 2.500 e 5.000 Nm³/h de biogás com alto teor de metano de aproximadamente 50% (saiba mais).
Também em janeiro a empresa de telecomunicação Oi (Oi S.A., anteriormente conhecida como Telemar) fechou acordo de geração distribuída (GD) com uma usina a biogás de aterro sanitário. Pelo acordo, empresa de telecom fica com 20% da geração da usina de 5 MW em Seropédica, da EVA Energia, durante os próximos cinco anos (saiba mais).
O biogás também foi destaque na emissão de Certificados de Ativos Ambientais. Logo nos primeiros meses de 2022, recebemos a notícia sobre a autorização para a Adecoagro (empresa produtora de alimentos e energia renovável) comercializar certificados Gas-REC. A empresa também foi pioneira na operação com CBIOs na bolsa de valores B3, também foi a primeira a comercializar o Gas-REC (saiba mais).
Outro destaque noticiado em janeiro de 2022 foi a venda de mais de 245 mil certificados I-RECs por projetos de biogás de aterro sanitário em 2021, pela empresa ENC Energy, sendo está a primeira do ramo a emitir o certificado renovável (saiba mais).
Logo no início de fevereiro de 2022, ganhou destaque na mídia o anúncio da construção de planta de biogás no Mato Grosso. Fruto da parceria entre Uisa (uma das maiores biorrefinarias do País) e a Geo Biogás & Tech (referência na utilização de resíduos orgânicos para produção de biogás), a nova planta anunciada localiza-se em Nova Olímpia - MT. A nova planta tinha aporte previsto em R$ 220 milhões e previa a geração de energia elétrica, biometano e biofertilizantes a partir dos resíduos de cana, outras biomassas e resíduos de agroindústrias locais (saiba mais).
Em Pernambuco, o setor sucroalcooleiro destacou-se com interesse na produção de biogás e biometano, sendo este tema de uma reunião técnica do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar - PE) (saiba mais).
Do Rio de Janeiro recebemos a notícia do investimento de R$ 45 milhões em uma planta de produção de CO2 verde. O investimento foi do Grupo Urca Energia, destacando-se na instalação da primeira planta do Brasil para produzir gás carbônico (CO2) verde a partir de biometano (saiba mais).
Outro ponto que mereceu destaque logo no início de 2022, foi a retomada dos eventos presenciais. Um dos primeiros eventos do setor agropecuário em 2022 já contou com lançamento de uma super novidade. Durante o Show Rural, realizado em Cascavel no Paraná, teve destaque o lançamento do primeiro trator movido à biometano - T6 Methane Power de 180 cavalos que a New Holland lança no Brasil (saiba mais).
Ainda no Paraná, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) apresentou em 2022 uma série de ações que visaram estimular o desenvolvimento da produção de biometano, biocombustível com potencial para ampliar a capilaridade de atuação da companhia. Nesse sentido, a companhia iniciou 2022 visando a aquisição de biometano para ampliar o atendimento em novas regiões do Paraná (saiba mais).
Sobre concessionárias responsáveis pela distribuição de gás natural, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) lançou no dia 14 de fevereiro a sua primeira chamada pública em Pernambuco destinada à aquisição de biometano (saiba mais).
Outro importante destaque de novos negócios na área de biogás diz respeito ao fornecimento de tecnologias Caterpillar, pela Sotreq, para implementação de um projeto de cogeração de biogás. Os geradores Caterpillar tinham por objetivo fornecer insumos à multinacional AB Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo e dona de marcas como Fleischmann e Ovomaltine (saiba mais).
Outro destaque de projeto de cogeração, a unidade da Raízen em Valparaíso anunciou uma planta E2G – A usina passará por uma ampliação com investimentos de mais de R$ 1 bilhão, através da implantação da unidade de Etanol de Segunda Geração (E2G), da expansão da planta de Cogeração de Energia e da implantação da planta de Biogás, tendo previsão para iniciar em julho de 2022 (saiba mais).
Esses projetos de cogeração somam a marca atingida no Brasil de 19,57 GW provenientes da cogeração – Segundo o boletim da Cogen, dos 19,57 GW de toda a cogeração existente no país, a cogeração produzida via biogás detém 1,9% (saiba mais).
Além da expansão dos projetos de cogeração, os projetos específicos de geração de energia elétrica a partir do biogás triplicam no Brasil, nos últimos dez anos. Conforme matéria do Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul – Um combustível incipiente no Brasil, o biogás (produzido a partir de matéria orgânica) tem demonstrado um excelente potencial de crescimento. Uma prova disso é que entre os anos de 2009 e 2018, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade instalada de geração de energia elétrica a partir desse biocombustível saltou de 45 MW para 140 MW (cerca de 4% da demanda elétrica média do Rio Grande do Sul) (saiba mais).
Seguindo nessa tendência de expansão de novos projetos na área de biogás o Grupo Energisa (conglomerado privado do setor elétrico que oferece soluções integradas para o mercado de energia elétrica no Brasil, em geração, transmissão, distribuição, soluções e comercialização, além de geração distribuída e energias renováveis), focou em diversificar a sua atuação. O biogás e biometano são novas apostas para o mercado de energia limpa. O presidente do grupo, Ricardo Botelho, explicou sua visão para o futuro do mercado durante evento do BTG Pactual, pouco tempo depois de anunciar investimento milionário para diversificar fontes de receitas (saiba mais).
Além dos anúncios ocorridos em fevereiro de 2022 sobre as novas plantas de biogás e biometano para atender demandas de cogeração e geração de energia elétrica, a mobilidade a gás natural e a biometano obteve importante expansão no mercado. Como exemplo, a Scania divulgou que suas vendas de caminhões a gás no Brasil (os modelos que rodam com gás natural veicular ou biometano) superavam mais de 600 unidades comercializadas (saiba mais).
Assim como os dois primeiros meses de 2022, no mês de março ocorreram boas notícias no setor de biogás.
Sobre o biometano na mobilidade, a Iveco apresentou o Hi-Way movido a biometano e gás natural no Brasil. Os novos modelos começaram a ser testados no segundo trimestre (saiba mais).
Outro destaque noticiado no mês de março foi o projeto para produção de Combustível de aviação (SAF) a partir de biogás e de hidrogênio verde. O projeto previa a transferência de conhecimentos e a produção descentralizada de combustíveis renováveis a partir da elaboração de um modelo técnico. A parceria entre Agência de Cooperação Alemã e o CIBiogás proporcionou ao Estado do Paraná investimentos de cerca de R$ 9 milhões para o projeto de produção de combustível renovável a partir de biogás e hidrogênio verde (saiba mais).
Ainda no campo da pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), outro destaque foi o Biohitano (produção de biocombustíveis por meio da digestão anaeróbica do hidrogênio e metano - daí hitano, ou hythane, do inglês). Projeto de pesquisa em desenvolvimento na Unicamp, financiado pelo Shell e a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) para desenvolvimento de uma planta-piloto de biocombustível para produção de hidrogênio e metano (hitano) por meio do processo de digestão anaeróbica (saiba mais).
As parcerias comerciais entre diferentes empresas não ficaram restrita apenas ao meio acadêmico, em março houve anúncio de parcerias estratégicas entre empresas para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para indústrias sustentáveis. Com o objetivo de desenvolver novas soluções tecnológicas para fábricas mais "inteligentes", T4 Agro e Intelup firmaram parceria para expansão de novos negócios (saiba mais).
Para atender as demandas no setor de biogás, o mercado vem se fortalecendo e novas soluções começaram a surgir. Empresas como a MWM e a AUMA Energia lançaram soluções de geração de energia à biogás, em economia circular, para pequenas propriedades do agro, de modo que o pequeno produtor rural consiga "descarbonizar" seu processo produtivo (saiba mais).
Outra região que ganhou destaque com novos projetos de biogás foi o Nordeste. No município do Pilar, na Região Metropolitana de Maceió, capital do Estado de Alagoas, foi inaugurada a primeira usina da região para a produção de energia elétrica a partir de gás metano. Com capacidade de produção é de 1 megawatt de energia por hora, podendo abastecer até 4 mil residências, a usina é uma oportunidade incrível de desenvolvimento sustentável local (saiba mais).
Somado a tantos fatos que ocorreram em março, no setor de biogás um fato novo ganhou destaque nacional, sendo um marco para o setor. Trata-se do lançamento do Programa Nacional METANO ZERO pelo Governo Federal, por meio da Portaria MMA nº 71. O programa nacional Metano Zero é um conjunto de políticas públicas para incentivara produção de biometano, um biocombustível renovável para transição energética, que pode substituir a gasolina, diesel e o gás natural (saiba mais).
A medida surgiu como uma busca para cumprir as metas de redução de emissão de metano definidas na COP26 (combustível feito a partir de resíduos urbanos e rurais, pode ser usado para substituir o diesel na agropecuária (saiba mais).
Em abril de 2022 foi anunciada a Joint venture Raízen Geo Biogás para investimento na produção de biometano em São Paulo. A nova unidade de produção, localizada em Piracicaba – SP demandaria investimentos na ordem de R$ 300 milhões (saiba mais).
Na geração de energia elétrica a partir de gases produzidos em aterro sanitário, o destaque em abril foi a parceria da startup Metha Energia com a Usina da Asja Brasil na Região Metropolitana de Belo Horizonte - MG. A Metha Energia atua no mercado de geração distribuída, através da Geração Compartilhada, conecta seus clientes residenciais com a energia produzida em usinas de biogás instaladas em aterros sanitários (saiba mais).
Sobre a venda de certificados de ativos ambientais, a Adecoagro realizou venda inédita de GAS-REC, meses após ter anunciado a sua autorização para comercializar certificados GAS-REC. A empresa fez a primeira emissão de certificados de gás natural renovável do Brasil (saiba mais).
Também em abril, uma aquisição no mercado marcou mais um passo estratégico para a consolidação do setor de biogás no Brasil. A Tupy S.A. , multinacional brasileira dedicada ao desenvolvimento e fabricação de componentes estruturais para bens de capital (com produção concentrada nas fábricas brasileiras, em Betim/MG, Joinville/SC e Mauá/SP, e no exterior), anunciou o acordo para a aquisição da MWM do Brasil. Entre as diferentes ações da empresa, a estratégia de crescimento e expansão do uso de biogás e biometano para geração de eletricidade e combustível para frotas de caminhões, ônibus e tratores agrícolas é a principal rota para a descarbonização da indústria nacional e exportadora de proteínas, laticínios, açúcar e etanol. A produção de biogás no País é inerente ao tamanho do agronegócio brasileiro (saiba mais).
No mesmo período, no Estado de Roraima, no município de Cantá, entrou em operação comercial da UTE Bonfim, com 10 MW de capacidade instalada. A usina Bonfim recebeu autorização da ANEEL para iniciar geração comercial de energia (saiba mais).
Outro importante destaque do mês de abril de 2022 foi anúncio do potencial para produzir e consumir biogás na Região Amazônica. Somente o Estado do Amazonas detém 14% do potencial de biogás da região amazônica e pode produzir 77 milhões de m3 desse combustível por ano (saiba mais).
Logo no início de maio de 2022, em Paulinha – SP, a Orizon (ORVR3) anunciou uma joint venture de energia elétrica com projeto paralelo de produção de biometano. A joint venture de energia elétrica, intitulada “UTE Paulínia” em parceria com as companhias Mercurio Holding e Gera Energia Brasil, teve um investimento na ordem de R$ 180 milhões só na UTE. No mesmo comunicado, a Orizon também informou a criação da Orizon Biometano Paulínia Ltda., totalizando investimento de R$ 240 milhões, que oferecerá o gás natural renovável (GNR ou simplesmente biometano) como combustível para a UTE Paulínia. A notícia repercutiu em diversos veículos de impressa, saiba mais em: Money Times, Valor Econômico, MegaWhat e NeoFeed.
Ainda em maio de 2022, um importante player do setor de bioenergia foi destaque. A Raízen apostou no mercado de certificação de energia renovável, como objetivo de se tornar maior comercializadora de energia limpa no país. Em seu primeiro ano na comercialização de Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-REC) a Raízen alcançou a marca de 1,15 milhão de certificações vendidas entre abril de 2021 a março de 2022 (saiba mais).
Ainda no mês de maio repercutiu o anúncio da Raízen de querer produzir biogás em todas suas usinas de etanol nos próximos dez anos. A Raízen (joint venture entre a Cosan e Shell) espera construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroalcooleiras, nos próximos dez anos. A ideia é viabilizar os projetos por meio da joint venture Raízen Geo Biogás S.A., fruto da parceria entre a empresa do setor de etanol com a Geo Biogás & Tech (saiba mais).
Outra importante parceira anunciada pela Raízen foi com a empresa Cocal, para operação de unidade de energia elétrica voltada para consumidores de geração distribuída, a capacidade da planta é de até 35.000 MWh/ano. A expectativa de receita era de aproximadamente R$ 20 milhões por safra com esse modelo de negócio. A planta fica dentro da área de biogás da Cocal, em Narandiba - SP. A Raízen fará a distribuição do produto ao consumidor e a gestão do consórcio, enquanto a Cocal será responsável por produzir energia elétrica a partir do biogás (saiba mais).
A produção biometano é uma estratégia essencial para competitividade do setor sucroenergético. Nesse sentido, muitas empresas do setor iniciaram a busca por novas soluções para redução de custos e aumento da receita. Outro player que se destacou em maio de 2022 foi a Tereos, ao anunciar a realização de testes em veículos da frota agrícola abastecida com biometano. Os testes foram realizados por meio de parcerias com empresas como Scania (caminhão a biometano), Grupo Vamos (caminhão a biometano) e Case (trator movido a combustível limpo) (saiba mais).
A Vibra e a ZEG Biogás constituíram uma parceria para a partir da vinhaça produzir biometano. A Vibra com planos para combustíveis sustentáveis, no caso do biometano a estratégia é ter uma plataforma de multienergia, disponibilizando etanol, biometano, diesel verde e combustível sustentável de aviação. A produção de biometano de início imediato, podendo atingir nos próximos cinco anos 3,5 milhões de metros cúbicos por dia de biometano (saiba mais).
Entre tantas vantagens destacadas nos exemplos acima, novos oportunidades ampliam ainda mais o leque de opções para projetos de biometano. Atentas a todas as oportunidades a Abegás e Abiogás criam grupo de trabalho para ampliar o uso do biometano nas redes de gás natural canalizado. As entidades formaram um grupo de trabalho para desenvolver e propor ações que incentivem a injeção do energético nas redes de distribuição das empresas (saiba mais em: CanalEnergia e PetroNotícias).
Durante o mês de junho de 2022 a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil - ANP realizou uma consulta e audiência públicas sobre biometano. A consulta pública referente à minuta de alteração de aspectos da Resolução ANP nº 685, de 29 de junho de 2017, que estabelece a especificação do biometano de aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto. Também foi realizada audiência pública sobre o tema, no dia 8/7. A minuta de resolução tem como objetivo principal contribuir para o atendimento, pelos produtores de biometano, à Resolução ANP nº 685/2017, no que se refere à metodologia de análise de halogenados e siloxanos, que são compostos prejudiciais à saúde e/ou que podem danificar os equipamentos de produção de energia, motores de veículos, entre outros , que precisam ser removidos no processo de produção do biometano.
O objetivo é unificar a Resolução ANP nº 8, de 30 de janeiro de 2015, que estabelece a especificação aplicada ao biometano oriundo de produtos e resíduos orgânicos agrosilvopastoris e comerciais destinados ao uso veicular (GNV) e às instalações residências e comerciais, e a Resolução ANP nº 685, de 29 de junho de 2017, que estabelece a especificação do biometano de aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto e as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes econômicos que comercializam o produto em território nacional (saiba mais).
Também em junho, no Paraná, o biogás foi destaque no informe paraná cooperativo sobre o Programa Paraná Energia Rural Renovável, o RenovaPR. Em um evento foi apresentada a viabilidade de energia fotovoltaica e do biogás/biometano e o retorno financeiro. O RenovaPR, como as linhas de crédito rural são de 60 a 120 meses, com média de 72 meses, o retorno sobre o capital investido ocorre muito antes do vencimento dos prazos dos financiamentos (saiba mais).
Sobre projetos de produção de biogás em Aterros Sanitários:
Do Estado de Alagoas, repercutiu a notícia do investimento milionário histórico na 1.ª usina de biogás no estado para gerar energia elétrica a partir de gás metano do lixo dos aterros sanitários. O investimento para construção da usina da Central de Tratamento de Resíduos da Grande Maceió foi de mais de R$ 8 milhões, pelo grupo Alagoas Ambiental (saiba mais).
O anúncio de novos investimentos para produção de biogás e biometano mostra o potencial de desenvolvimento da região norte. Em Manaus, Marquise Ambiental e MDC anunciaram o investimento de R$ 100 milhões em aterro sanitário para produção de biometano. A parceria entre as duas empresas possibilitará uma nova planta com capacidade para produzir 60 mil m³ de biometano por dia (saiba mais).
No Rio de Janeiro a empresa EVA Energia (do Grupo Urca) trabalha para dobrar sua capacidade de geração de eletricidade, a partir do biogás, até 2023. O plano é acrescentar mais 21 MW até o fim de2023 (saiba mais).
Sobre projetos de produção de biogás no setor sucroenergético:
A São Martinho anunciou investimentos de R$ 160 milhões no setor de biogás. Conforme destacou o diretor financeiro da companhia, Felipe Vicchiato, “O biogás não será uma diversificação (dos Negócios). Vai ser parte do negócio”, comentou (IstoÉ Dinheiro, RPAnews, Época Negócios).
Outra notícia que ganhou muita repercussão no mês de maio foi a divulgação da parceria entre a Raízen e Petrobras, com objetivo de avaliarem em conjunto o potencial de negócios para produção de biometano. A notícia foi destaque em publicações de vários veículos de mídia: Acionista, Agrolink, Época Negócios, Money Times.
Em julho, muitas empresas anunciaram novas parcerias e grandes aquisições, em busco da sua consolidação no mercado de biogás.
A Vibra Energia avançou na transição energética com a compra da ZEG Biogás. A aquisição da Zeg Biogás pela Vibra reforça o interesse crescente das grandes empresas no negócio de biometano e biogás. A Zeg Biogás é uma subsidiária da Zeg Energias Renováveis e FSL Consultoria Empresarial. A Vibra vê, no negócio, uma oportunidade de acesso ao biometano, para entrar no mercado de comercialização do produto. A empresa espera aproveitar a sua capacidade logística e rede de clientes para se posicionar como agente relevante do mercado brasileiro do combustível renovável (saiba mais).
Durante o mês de julho a Geo Biogás & Tech e o Grupo Crivellaro anunciaram a formação de uma joint venture para produção de biometano em São Paulo. As empresas vão investir R$ 70 milhões em usina de biogás e biometano em São Paulo. A nova usina de biometano está prevista para operar em 2023 e será construída no município de Elias Fausto, na Grande Campinas. A unidade terá capacidade para produção de 15 mil m³/dia de biometano e geração de 11 mil MWh de energia elétrica a partir do biogás. Um dos objetivos da joint venture é a distribuição de biometano por meio de caminhões de gás natural comprimido (GNC) (saiba mais).
Além de grandes oportunidades para mercado de biogás e biometano, outro subproduto das plantas de biodigestão também ganhou espaço a partir de novos negócios. Este é o caso da comercialização do dióxido de carbono (CO2). Na planta de produção de biogás da Cocal, em Narandiba - SP, agora conta com uma planta anexa para produção de CO2 industrial. O novo produto terá destino certo para indústria de bebidas, sendo utilizado como gás para refrigerante, ampliando a diversificação de novos produtos e proporcionando mais receita para a Cocal (saiba mais).
Em 2022, outro grande negócio proporcionado por projetos de biogás no setor sucroenergético foi o fornecimento de energia elétrica em projetos de geração compartilhada. No interior de São Paulo destacou-se no mercado a parceria entre a Tereos e Lemon Energia (startup que desenvolveu uma marketplace que conecta geradores de energia sustentável a pequenas e médias empresas), com o objetivo de distribuir energia limpa gerada a partir do biogás para pequenas e médias empresas paulistas (saiba mais).
Ainda no mês de julho de 2022, a empresa Orizon anunciou o início de operação comercial da UTE Paulínia, localizado em Paulínia – SP. A Usina termoelétrica UTE Paulínia Verde é uma joint venture da Orizon, Mercurio Holding e Gera Energia Brasil. Anexo à usina também há uma unidade de purificação de biogás para a produção de biometano, por meio da subsidiária integral Orizon Biometano Paulínia (Valor Econômico, Agência TradeMap).
No mesmo período, a Marquise Ambiental, empresa do Grupo Marquise, divulgou que está desenvolvendo estudos de três projetos de geração de energia a partir do biometano. Os projetos envolvem investimentos iniciais estimados em cerca de R$ 100 milhões (saiba mais).
O mês de agosto chegou e trouxe consigo novas notícias de bons projetos e novos negócios no mercado de biogás. Nesse mês um dos destaques foi na área de mobilidade.
A Iveco apresentou novos modelos. A montadora mostrou a nova linha Euro 6, o modelo 17.210G que opera com gás natural/biometano, tem 12 metros de carroceria e autonomia de 250 km (saiba mais).
Na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) o destaque foi a Usina Experimental de Biogás do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Um laboratório moderno com a maior Usina Experimental de Biogás do Brasil. O projeto é iniciativa do Núcleo de Biogás é Coordenado pelo Prof. Dr. Ildo Luis Sauer e tem a colaboração direta de pesquisadores e docentes: Dra. Camila Agner D’Aquino, Prof. Dr. Ronan Cleber Contrera, Prof. Dr. Theo Syrto Octavio de Souza, Prof. Dr. René Peter Schneider, entre outros doutorandos, mestrandos e alunos de graduação com linhas de pesquisa na área de biogás (saiba mais).
Na área de geração compartilhada, uma concessionária da Volkswagen em SP fechou um contrato de geração distribuída de energia (GD) com Raízen. Unidade consumidora de energia (UC) poderá economizar de 10% a 23% na fatura de energia elétrica por ano com solução de biogás da Raízen (saiba mais).
Na Bahia, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) , do Senado Federal, aprovou um empréstimo de 60 milhões de euros para a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) para financiar o uso energético de biogás no estado (saiba mais).
E em Minas Gerais, a distribuidora de gás natural Gasmig iniciou estudos para propor incentivo à construção de redes isoladas para distribuição de biometano no interior de Minas Gerais. A iniciativa constitui parte de um conjunto de medidas, que inclui a definição do desenho tarifário do fornecimento do biometano (saiba mais).
Todos os benefícios que a produção de biogás proporciona para o setor sucroenergético, em agosto, foram destaques durante a Fenasucro & Agrocana 2022, realizada de 15 a 18 de agosto de 2022 em Sertãozinho – SP. A Fenasucro & Agrocana ocorre no principal polo de produção sucroenergética do mundo, sendo está a maior Feira Internacional da Bioenergia do Brasil e do Mundo. Na edição de 2022 destacou na sua vitrine o biogás e o biometano. No espaço, a partir de networking houve o desenvolvimento de muitos negócios entre os principais players do mercado. Durante o evento, palestras com especialistas destacaram o biometano com insumo estratégico para setor de cana-de-açúcar, açúcar e etanol.
De modo geral, a Fenasucro & Agrocana fechou a edição de 2022 com faturamento de R$ 5,2 bilhões. Um número superior as expectativas iniciais da organização, que era de R$ 5 bilhões. Durante os quatro dias do evento o número de visitantes na feira superou mais de 48 mil pessoas. Foi um evento importante e estratégica para divulgação do potencial do biogás e biometano (saiba mais).
O mês de setembro iniciou com a notícia sobre a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade da aquisição de 50% do capital da ZEG Biogás pela Vibra Energia. A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (SG/Cade) aprovou a aquisição pela Vibra Energia de 50% das ações da ZEG Biogás e Energia. O negócio foi anunciado no início de julho e o contrato previa um aporte primário de R$ 30 milhões, no fechamento da operação, e uma parcela posterior de R$ 129,5 milhões (saiba mais).
Outro fato que ganhou destaque foi noticiado pela CNN, realçando que no Rio de Janeiro o Grupo Urca investirá R$500 mi até fim de 2023 para ampliar produção de biometano. Aportes preveem a ampliação da planta de biometano de Seropédica (RJ) de uma produção de 120 mil m³/dia para 200 mil m³/dia até final do próximo ano (saiba mais).
Ainda no Estado do Rio de Janeiro, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro (Agenersa) estuda criar uma tarifa especial para incentivar a produção de biometano no estado (saiba mais).
Outro importante destaque do mês de setembro foi o anúncio da EB Capital sobre o lançamento de um fundo de investimentos com foco em biogás. O presidente do Conselho de Administração da Vast Infraestrutura e sócio da EB Capital, Pedro Parente, disse que a gestora estava lançando um fundo de investimentos com foco em geração distribuída (energia) e biogás. Parente fez as afirmações no painel de abertura do Prumo Day, seminário organizado pela empresa que controla o Porto do Açu, no litoral norte do Rio de Janeiro (saiba mais).
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul lançou edital para incentivo ao biogás e assinou decreto para pagamento de serviços ambientais. As iniciativas foram divulgadas durante a realização da Expointer 2022 no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio/RS (saiba mais).
No Estado do Paraná, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) abriu chamada pública para aquisição de biometano. O foco da Companhia era contribuir com o meio ambiente e expandir a sua atuação para outros municípios do Paraná. Na chamada pública, a Compagas visava receber propostas com volumes a partir de 2 mil metros cúbicos/dia em modelo de contratação firme (saiba mais).
Com boas perspectivas futuras para o mercado do biogás, o Biopark em Toledo no Paraná atrai grandes empresas do setor. As empresas instaladas no Biopark buscam ser referências no mercado de biogás e preveem dobrar o faturamento em 2023. Entre muitas empresas já instaladas no Biopark, a 3DI Engenharia e a Pure Tech Energy são empresas de base tecnológica com forte atuação no desenvolvimento de soluções para o mercado de biogás por meio da execução de obras de infraestrutura, além de pesquisa e desenvolvimento de máquinas e equipamentos que atendem as demandas da cadeia de produção e purificação de biogás. A 3DI Engenharia e a Pure Tech Energy somam-se a outras empresas com forte atuação no setor do biogás, consagrando o Biopark como polo estratégico de desenvolvimento de negócios na área de biogás (saiba mais).
Em São Paulo, a Raízen firmou contrato para a entrega de energia renovável para 44 lojas do Burguer King e do Popeyes, na modalidade de GD - geração distribuída (saiba mais).
Já em Minas Gerais, destacou-se a realização da nova edição do Encontro da Suinocultura Mineira, promovido pela Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais – ASEMG. O evento contou com a presença de especialistas para discutir as oportunidades do biogás e créditos de carbono para a atividade no Estado de Minas Gerais (saiba mais).
Os principais fatos que ocorreram em outubro foram:
A Legislação Estadual do Mato Grosso do Sul concedeu diferimento do ICMS em operações com máquinas, equipamento e destinados à captação, geração e transmissão de energia a partir de biogás, assim como de outras fontes, como eólica e solar (saiba mais).
Na Região Oeste do Paraná, a Primato Cooperativa Agropecuária (uma das donas da Frimesa) firmou parceria com a central de bioenergia EnerDinBo, localizada em Ouro Verde do Oeste. A parceria irá proporciona