Combustível de aviação (SAF) será produzido a partir de biogás e de hidrogênio verde

Tempo de leitura: aproximadamente 5m53s

O projeto prevê também a transferência de conhecimentos e a produção descentralizada de combustíveis renováveis a partir da elaboração de um modelo técnico.

Combustível de aviação (SAF) será produzido a partir de biogás e de hidrogênio verde
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
Brasil
Energias Renováveis

Agência de Cooperação Alemã e CIBiogás vão desenvolver tecnologia verde para descarbonização da aviação brasileira

Parceria leva ao Paraná investimentos de cerca de R$ 9 milhões para projeto de produção de combustível renovável a partir de biogás e hidrogênio verde.

Com o objetivo de reduzir as emissões de gases do efeito estufa pelo setor aeroportuário, foi lançada hoje uma iniciativa inovadora para a produção de combustíveis renováveis a partir de biogás e hidrogênio verde. Os responsáveis são a Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Agência Técnica de Cooperação Alemã GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH), o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), a Fundação Araucária, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e também contam com apoio do Núcleo de Pesquisas em Hidrogênio do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e Itaipu Binacional, que assinaram a parceria. 

O empreendimento será realizado no estado do Paraná ao longo de dois anos e vai contar com investimentos na ordem de R$ 9 milhões. A ideia é desenvolver tecnologia alternativa que seja utilizada pelo setor de transportes para restringir os impactos climáticos gerados pela queima de combustíveis fósseis, como a produção de Combustível Sustentável de Aviação - SAF em pequena escala. O projeto prevê também a transferência de conhecimentos e a produção descentralizada de combustíveis renováveis a partir da elaboração de um modelo técnico.

Ao substituir o carbono pelo uso do biogás, combinando-o com o hidrogênio verde produzido a partir de água e energia renovável, a iniciativa cria uma nova rota tecnológica para fontes alternativas de energia. Esses esforços incentivam a bioeconomia local e reforçam medidas sustentáveis, como a necessidade do tratamento adequado dos resíduos orgânicos. Esses esforços incentivam a bioeconomia local e reforçam medidas sustentáveis, como a necessidade do tratamento adequado dos resíduos orgânicos.

Uma vez que todo o território brasileiro tem disponibilidade de biomassa residual, a solução proposta pelo projeto pode ser replicada em todo o país, oferecendo uma oportunidade para a produção descentralizada de combustíveis neutros em carbono. A transição energética impulsionada pelos esforços de descarbonização representa um momento decisivo para a incorporação de energia proveniente de fontes renováveis na matriz energética. Isso tem o potencial de transformar a economia global, e o Brasil pode se apresentar como líder neste cenário”, afirma o Dr. Markus Francke, diretor do projeto H2Brasil da GIZ. 

O acordo firmado integra a parceria entre dois projetos da GIZ: H2Brasil, que busca a expansão de hidrogênio verde no país, em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME) e o ProQR, projeto voltado para a produção local e descentralizada de combustíveis sustentáveis para redução do carbono na atmosfera, coordenado em conjunto com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Essas iniciativas estão ancoradas na busca por uma série de tecnologias que permitam reduzir a dependência de combustíveis fósseis e promover a descarbonização de setores-chave, como o transporte pesado. 

Com a planta piloto desenvolvida no Paraná, a expectativa é de que sejam criados polos de hidrogênio verde em regiões com excedentes de energia renovável e uma nova rota de aproveitamento energético do biogás.

O Paraná tem enormes possibilidades de se transformar em um ator muito importante nas questões ligadas à produção do hidrogênio verde a partir da biomassa. Nós temos condições para isso, e acima de tudo, temos instituições de ciência e tecnologia que são capazes de suportar realmente essa grande transformação que teremos referente ao suprimento de energias nas próximas décadas”, ressaltou o presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig.

Esta iniciativa permitirá ampliar ações em prol da sustentabilidade, explorando nossa matriz renovável para produção de combustíveis de baixa emissão de carbono, promovendo o desenvolvimento de habilidades e competências e o fortalecimento na relação bilateral entre Brasil e Alemanha”, afirma o Sr. Rafael Gonzalez, diretor presidente do CIBiogás. 

O H2V e a Cooperação Alemã

A Cooperação Brasil-Alemanha para o desenvolvimento sustentável trabalha há décadas nas áreas de energia sustentável e eficiência energética. Mais recentemente, vem apoiando o aprimoramento das condições legais, institucionais e tecnológicas para a expansão do mercado de hidrogênio verde (H2V) e de seus derivados no país. Nos próximos anos, a GIZ apoiará o Ministério de Minas e Energia (MME) e o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) na implementação de ações para a construção de laboratórios, desenvolvimento de novas tecnologias, fomento ao desenvolvimento e financiamento de ideias inovadoras e projetos tecnológicos, construção de laboratórios, estudos, educação profissional e capacitação na área do hidrogênio verde e de seus derivados..

Gostou do assunto?

Quer saber mais sobre o biogás no Brasil?




Fonte: Liege Reis - CIBiogás
Publicado em: 31 de março de 2022.

Esta notícia não é de autoria do Portal Energia e Biogás, desta forma, os créditos e responsabilidades sobre o seu conteúdo são da fonte especificada.

AVISO! O espaço para comentários é destinado ao debate saudável de ideias. Não serão aceitas postagens com expressões inapropriadas ou agressões pessoais à equipe da publicação, a outro usuário ou a qualquer grupo ou indivíduo identificado. Caso isso ocorra, nos reservamos o direito de apagar o comentário para manter um ambiente respeitoso para a discussão.