Unicamp na vanguarda da pesquisa e inovação com biogás

Inovação e colaboração Universidade-Empresa impulsionam a transição energética com o desenvolvimento de biocombustíveis na Unicamp.

Heleno Quevedo  | Colunista do Portal Energia e Biogás — Nessa última publicação sobre Biogás Press Trip, realizada semanas atrás, vou falar sobre o estreito nexo entre as universidades, a pesquisa e a inovação que emerge como o vetor essencial de expansão e consolidação do mercado de biogás, impulsionando avanços tecnológicos e práticas sustentáveis.

A pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) desempenham um papel crucial na evolução e consolidação do mercado de biogás e biometano no Brasil, e as universidades desempenham um papel central nesse processo. A busca por fontes de energia sustentáveis é essencial para enfrentar os desafios ambientais e energéticos enfrentados pelo país. As instituições de ensino superior conduzem pesquisas avançadas, promovem a inovação e formar profissionais qualificados. O biogás, produzido a partir da decomposição anaeróbica de resíduos orgânicos, apresenta-se como uma alternativa promissora e sustentável e o envolvimento das universidades na PD&I não apenas impulsiona a eficiência dos processos de produção, mas também contribui para o desenvolvimento de tecnologias mais limpas e economicamente viáveis. Dessa forma, as universidades não apenas geram conhecimento, mas também desempenham um papel vital na capacitação de especialistas e na formação de uma base sólida para a expansão sustentável do mercado de biogás e biometano no Brasil.

A Biogás Press Trip realizou uma visita à Unicamp, em Campinas - SP, onde foi recepcionada pelos professores Profa. Dra. Bruna Moraes e Prof. Dr. Gustavo Mockaitis. 

Profa. Dra. Bruna Moraes - Pesquisadora e coordenadora do Centro Interdisciplinar de Planejamento Energético (NIPE) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), destacou as atividades de pesquisa no campo de bioenergia, com foco na produção de biogás em abordagem integrada de biorefinaria. Ela enfatizou as ações empreendedoras dos acadêmicos e a parceria universidade-empresa, visando a integração entre conhecimento científico e aplicação prática. São ações que possibilitam nascimento e a consolidação no mercado das empresas “filhas” da Unicamp. Um dos exemplos citados foi a startup M. Lima Engenharia, do CEO Brenno Lima.

O grupo de jornalistas participantes da Biogás Press Trip, após conhecerem os laboratórios de biogás, apresentados pela Profa. Bruna Moraes, tiveram a oportunidade de visitar a sede a  M. Lima Engenharia, uma startup sediada no Parque Tecnológico da Unicamp, que se destaca no segmento de Biogás na região de Campinas e São Paulo. Fundada há pouco mais de um ano, a empresa presta serviços de consultoria para a indústria, principalmente de Biogás, além da construção de máquinas e equipamentos customizados para diversos segmentos, como processos industriais, têxtil, alimentício, ambiental, sanitizantes, fármacos e cosméticos.

A M. Lima Engenharia atua de forma integrada, realizando todo o projeto básico, mecânico e executivo do equipamento, englobando as etapas de dimensionamento, elaboração de projeto 2D e 3D, simulação, construção e automação. Os projetos são executados por engenheiros especialistas em dimensionamento, construção, manutenção e automação de máquinas e equipamentos.

O Prof. Dr. Gustavo Mockaitis – professor e pesquisador na Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apresentou informações de várias pesquisas desenvolvidas no seu grupo de trabalho, entre elas uma que chamar muito atenção foi sobre o bio-hitano, um novo biocombustível obtido a partir da vinhaça, principal subproduto da produção de etanol. Ele discutiu os desafios da digestão anaeróbia da vinhaça, ressaltando a necessidade de avanços na valorização desse resíduo. O bio-hitano consiste em biogás enriquecido com hidrogênio, buscando maior eficiência energética e menor impacto ambiental. O pesquisador destacou a parceria entre Unicamp e Shell, visando o desenvolvimento de tecnologias para  biogás, com investimento em uma planta piloto.

O Prof. Gustavo enfatizou a necessidade de avanços na engenharia de reatores para superar a ineficiência dos sistemas industriais atuais. Nesse requisito, seus orientados de pós-graduação e pós-doutorado tem avanços expressivos no desenvolvimento de novos reatores de alta rendimento.  Muitos fatores têm contribuído para novas descobertas.  

A parceria Unicamp-Shell é um desses fatores que visa contribuir para a transição para fontes de energia mais sustentáveis, promovendo a pesquisa e inovação na produção de biogás e biocombustíveis, destacou Prof. Gustavo.

O trabalho incansável da Profa. Dra. Bruna Moraes e do Prof. Dr. Gustavo Mockaitis, entre outros integrantes dos seusgrupos de pesquisas, não apenas atende à crescente demanda do mercado por soluções para a transição energética, mas também estabelece o biogás como o elo estratégico crucial entre a academia e o setor empresarial, impulsionando inovação, sustentabilidade e colaboração efetiva para atender uma nova economia baseado em baixa emissão de carbono.

*O colunista viajou a convite da organização da Biogás Press Trip: IPS, Amplum Biogás e ABiogás.

A coluna Biogás em Pauta aborda diferentes temáticas relacionadas com o processo de produção de biogás, destacando a relação com fatores ambientais, sociais, econômicos e corporativos.

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