Biogás 2022: Retrospectiva dos fatos que marcaram o 2º Quadrimestre

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Confira uma seleção de notícias, preparada pela equipe do Portal Energia e Biogás, com os principais fatos e acontecimentos destacados na mídia entre maio e agosto de 2022.

Biogás 2022: Retrospectiva dos fatos que marcaram o 2º Quadrimestre
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Retrospectiva 2022
2º Quadrimestre de 2022

Retrospectiva dos fatos que marcaram o setor de biogás no 2º Quadrimestre de 2022

Essa é a segunda parte com a recapitulação das notícias que movimentaram o setor do Biogás no Brasil.

Nesta segunda parte da nossa Retrospectiva Biogás 2022, a equipe do Portal Energia e Biogás preparou um resumo dos principais fatos e acontecimentos destacados na mídia entre maio e agosto de 2022. Confira!

Acesse também a 1ª parte da Retrospectiva 2022 com destaque dos fatos que marcaram o setor de Biogás no 1º Quadrimestre de 2022.

Logo no início de maio de 2022, em Paulinha – SP, a Orizon (ORVR3) anunciou uma joint venture de energia elétrica com projeto paralelo de produção de biometano. A joint venture de energia elétrica, intitulada “UTE Paulínia” em parceria com as companhias Mercurio Holding e Gera Energia Brasil, teve um investimento na ordem de R$ 180 milhões só na UTE. No mesmo comunicado, a Orizon também informou a criação da Orizon Biometano Paulínia Ltda., totalizando investimento de R$ 240 milhões, que oferecerá o gás natural renovável (GNR ou simplesmente biometano) como combustível para a UTE Paulínia. A notícia repercutiu em diversos veículos de impressa, saiba mais em: Money Times, Valor Econômico, MegaWhat e NeoFeed.

Ainda em maio de 2022, um importante player do setor de bioenergia foi destaque. A Raízen apostou no mercado de certificação de energia renovável, como objetivo de se tornar maior comercializadora de energia limpa no país. Em seu primeiro ano na comercialização de Certificados Internacionais de Energia Renovável (I-REC) a Raízen alcançou a marca de 1,15 milhão de certificações vendidas entre abril de 2021 a março de 2022 (saiba mais).

Ainda no mês de maio repercutiu o anúncio da Raízen de querer produzir biogás em todas suas usinas de etanol nos próximos dez anos. A Raízen (joint venture entre a Cosan e Shell) espera construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroalcooleiras, nos próximos dez anos. A ideia é viabilizar os projetos por meio da joint venture Raízen Geo Biogás S.A., fruto da parceria entre a empresa do setor de etanol com a Geo Biogás & Tech (saiba mais).

Outra importante parceira anunciada pela Raízen foi com a empresa Cocal, para operação de unidade de energia elétrica voltada para consumidores de geração distribuída, a capacidade da planta é de até 35.000 MWh/ano. A expectativa de receita era de aproximadamente R$ 20 milhões por safra com esse modelo de negócio. A planta fica dentro da área de biogás da Cocal, em Narandiba - SP. A Raízen fará a distribuição do produto ao consumidor e a gestão do consórcio, enquanto a Cocal será responsável por produzir energia elétrica a partir do biogás (saiba mais).

A produção biometano é uma estratégia essencial para competitividade do setor sucroenergético. Nesse sentido, muitas empresas do setor iniciaram a busca por novas soluções para redução de custos e aumento da receita. Outro player que se destacou em maio de 2022 foi a Tereos, ao anunciar a realização de testes em veículos da frota agrícola abastecida com biometano. Os testes foram realizados por meio de parcerias com empresas como Scania (caminhão a biometano), Grupo Vamos (caminhão a biometano) e Case (trator movido a combustível limpo) (saiba mais).

A Vibra e a ZEG Biogás constituíram uma parceria para a partir da vinhaça produzir biometano. A Vibra com planos para combustíveis sustentáveis, no caso do biometano a estratégia é ter uma plataforma de multienergia, disponibilizando etanol, biometano, diesel verde e combustível sustentável de aviação. A produção de biometano de início imediato, podendo atingir nos próximos cinco anos 3,5 milhões de metros cúbicos por dia de biometano (saiba mais).

Entre tantas vantagens destacadas nos exemplos acima, novos oportunidades ampliam ainda mais o leque de opções para projetos de biometano. Atentas a todas as oportunidades a Abegás e Abiogás criam grupo de trabalho para ampliar o uso do biometano nas redes de gás natural canalizado. As entidades formaram um grupo de trabalho para desenvolver e propor ações que incentivem  a injeção do energético nas redes de distribuição das empresas (saiba mais em: CanalEnergia e PetroNotícias).

Durante o mês de junho de 2022 a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil - ANP realizou uma consulta e audiência públicas sobre biometano. A consulta pública referente à minuta de alteração de aspectos da Resolução ANP nº 685, de 29 de junho de 2017, que estabelece a especificação do biometano de aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto. Também foi realizada audiência pública sobre o tema, no dia 8/7. A minuta de resolução tem como objetivo principal contribuir para o atendimento, pelos produtores de biometano, à Resolução ANP nº 685/2017, no que se refere à metodologia de análise de halogenados e siloxanos, que são compostos prejudiciais à saúde e/ou que podem danificar os equipamentos de produção de energia, motores de veículos, entre outros , que precisam ser removidos no processo de produção do biometano.  

O objetivo é unificar a Resolução ANP nº 8, de 30 de janeiro de 2015, que estabelece a especificação aplicada ao biometano oriundo de produtos e resíduos orgânicos agrossilvopastoris e comerciais destinados ao uso veicular (GNV) e às instalações residências e comerciais, e a Resolução ANP nº 685, de 29 de junho de 2017, que estabelece a especificação do biometano de aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto e as obrigações quanto ao controle da qualidade a serem atendidas pelos diversos agentes econômicos que comercializam o produto em território nacional (saiba mais).

Também em junho, no Paraná, o biogás foi destaque no informe paraná cooperativo sobre o Programa Paraná Energia Rural Renovável, o RenovaPR. Em um evento foi apresentada a viabilidade de energia fotovoltaica e do biogás/biometano e o retorno financeiro. O RenovaPR, como as linhas de crédito rural são de 60 a 120 meses, com média de 72 meses, o retorno sobre o capital investido ocorre muito antes do vencimento dos prazos dos financiamentos (saiba mais).

Sobre projetos de produção de biogás em Aterros Sanitários:
Do Estado de Alagoas, repercutiu a notícia do investimento milionário histórico na 1.ª usina de biogás no estado para gerar energia elétrica a partir de gás metano do lixo dos aterros sanitários. O investimento para construção da usina da Central de Tratamento de Resíduos da Grande Maceió foi de mais de R$ 8 milhões, pelo grupo Alagoas Ambiental (saiba mais).

O anúncio de novos investimentos para produção de biogás e biometano mostra o potencial de desenvolvimento da região norte. Em Manaus, Marquise Ambiental e MDC anunciaram o investimento de R$ 100 milhões em aterro sanitário para produção de biometano. A parceria entre as duas empresas possibilitará uma nova planta com capacidade para produzir 60 mil m³ de biometano por dia (saiba mais). 

No Rio de Janeiro a empresa EVA Energia (do Grupo Urca) trabalha para dobrar sua capacidade de geração de eletricidade, a partir do biogás, até 2023. O plano é acrescentar mais 21 MW até o fim de2023 (saiba mais).

Sobre projetos de produção de biogás no setor sucroenergético:
A São Martinho anunciou investimentos de R$ 160 milhões no setor de biogás. Conforme destacou o diretor financeiro da companhia, Felipe Vicchiato, “O biogás não será uma diversificação (dos negócios). Vai ser parte do negócio”, comentou (IstoÉ Dinheiro, RPAnews, Época Negócios).

Outra notícia que ganhou muita repercussão no mês de maio foi a divulgação da parceira entre a Raízen e Petrobras, com objetivo de avaliarem em conjunto o potencial de negócios para produção de biometano. A notícia foi destaque em publicações de vários veículos de mídia: Acionista, Agrolink, Época Negócios, Money Times.

Em julho, muitas empresas anunciaram novas parcerias e grandes aquisições, em busco da sua consolidação no mercado de biogás.

A Vibra Energia avançou na transição energética com a compra da ZEG Biogás. A aquisição da Zeg Biogás pela Vibra reforça o interesse crescente das grandes empresas no negócio de biometano e biogás. A Zeg Biogás é uma subsidiária da Zeg Energias Renováveis e FSL Consultoria Empresarial. A Vibra vê, no negócio, uma oportunidade de acesso ao biometano, para entrar no mercado de comercialização do produto. A empresa espera aproveitar a sua capacidade logística e rede de clientes para se posicionar como agente relevante do mercado brasileiro do combustível renovável (saiba mais).

Durante o mês de julho a Geo Biogás & Tech e o Grupo Crivellaro anunciaram a formação de uma joint venture para produção de biometano em São Paulo. As empresas vão investir R$ 70 milhões em usina de biogás e biometano em São Paulo. A nova usina de biometano está prevista para operar em 2023 e será construída no município de Elias Fausto, na Grande Campinas. A unidade terá capacidade para produção de 15 mil m³/dia de biometano e geração de 11 mil MWh de energia elétrica a partir do biogás. Um dos objetivos da joint venture é a distribuição de biometano por meio de caminhões de gás natural comprimido (GNC) (saiba mais). 

Além de grandes oportunidades para mercado de biogás e biometano, outro subproduto das plantas de biodigestão também ganhou espaço a partir de novos negócios. Este é o caso da comercialização do dióxido de carbono (CO2). Na planta de produção de biogás da Cocal, em Narandiba - SP, agora conta com uma planta anexa para produção de CO2 industrial. O novo produto terá destino certo para indústria de bebidas, sendo utilizado como gás para refrigerante, ampliando a diversificação de novos produtos e proporcionando mais receita para a Cocal (saiba mais).

Em 2022, outro grande negócio proporcionado por projetos de biogás no setor sucroenergético foi o fornecimento de energia elétrica em projetos de geração compartilhada. No interior de São Paulo destacou-se no mercado a parceria entre a Tereos e Lemon Energia (startup que desenvolveu uma marketplace que conecta geradores de energia sustentável a pequenas e médias empresas), com o objetivo de distribuir energia limpa gerada a partir do biogás para pequenas e médias empresas paulistas (saiba mais). 

Ainda no mês de julho de 2022, a empresa Orizon anunciou o início de operação comercial da UTE Paulínia, localizado em Paulínia – SP. A Usina termoelétrica UTE Paulínia Verde é uma joint venture da Orizon, Mercurio Holding e Gera Energia Brasil. Anexo à usina também há uma unidade de purificação de biogás para a produção de biometano, por meio da subsidiária integral Orizon Biometano Paulínia  (Valor Econômico, Agência TradeMap). 

No mesmo período, a Marquise Ambiental, empresa do Grupo Marquise, divulgou que está desenvolvendo estudos de três projetos de geração de energia a partir do biometano. Os projetos envolvem investimentos iniciais estimados em cerca de R$ 100 milhões (saiba mais).

O mês de agosto chegou e trouxe consigo novas notícias de bons projetos e novos negócios no mercado de biogás. Nesse mês um dos destaques foi na área de mobilidade.

A Iveco apresentou novos modelos. A montadora mostrou a nova linha Euro 6, o modelo 17.210G que opera com gás natural/biometano, tem 12 metros de carroceria e autonomia de 250 km (saiba mais).

Na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) o destaque foi a Usina Experimental de Biogás do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista. Um laboratório moderno com a maior Usina Experimental de Biogás do Brasil. O projeto é iniciativa do Núcleo de Biogás é Coordenado pelo Prof. Dr. Ildo Luis Sauer e tem a colaboração direta de pesquisadores e docentes: Dra. Camila Agner D’Aquino, Prof. Dr. Ronan Cleber Contrera, Prof. Dr. Theo Syrto Octavio de Souza, Prof. Dr. René Peter Schneider, entre outros doutorandos, mestrandos e alunos de graduação com linhas de pesquisa na área de biogás (saiba mais).

Na área de geração compartilhada, uma concessionária da Volkswagen em SP fechou um contrato de geração distribuídade energia  (GD) com Raízen. Unidade consumidora de energia (UC) poderá economizar de 10% a 23% na fatura de energia elétrica por ano com solução de biogás da Raízen (saiba mais).

Na Bahia, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) , do Senado Federal, aprovou um empréstimo de 60 milhões de euros para a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) para financiar o uso energético de biogás no estado (saiba mais).  

E em Minas Gerais, a distribuidora de gás natural Gasmig iniciou estudos para propor incentivo à construção de redes isoladas para distribuição de biometano no interior de Minas Gerais. A iniciativa constitui parte de um conjunto de medidas, que inclui a definição do desenho tarifário do fornecimento do biometano (saiba mais).  

Todos os benefícios que a produção de biogás proporciona para o setor sucroenergético, em agosto, foram destaques durante a Fenasucro & Agrocana 2022, realizada de 15 a 18 de agosto de 2022 em Sertãozinho – SP. A Fenasucro & Agrocana ocorre no principal polo de produção sucroenergética do mundo, sendo esta a maior Feira Internacional da Bioenergia do Brasil e do Mundo. Na edição de 2022 destacou na sua vitrine o biogás e o biometano. No espaço, a partir de networking houve o desenvolvimento de muitos negócios entre os principais players do mercado. Durante o evento, palestras com especialistas destacaram o biometano com insumo estratégico para setor de cana-de-açúcar, açúcar e etanol.

De modo geral, a Fenasucro & Agrocana fechou a edição de 2022 com faturamento de R$ 5,2 bilhões. Um número superior as expectativas iniciais da organização, que era de R$ 5 bilhões. Durante os quatro dias do evento o número de visitantes na feira superou mais de 48 mil pessoas. Foi um evento importante e estratégica para divulgação do potencial do biogás e bimetano (saiba mais). 

Aguarde, em breve a última publicação com a retrospectiva dos fatos que marcaram o setor de biogás no 3º Quadrimestre de 2022.

Acesse a primeira parte da Retrospectiva 2022:

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