Biogás 2022: Retrospectiva dos fatos que marcaram o ano no setor de biogás - 1º Quadrimestre
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Confira uma seleção de notícias, preparada pela equipe do Portal Energia e Biogás, com os principais fatos e acontecimentos destacados na mídia entre janeiro e abril de 2022.
Biogás 2022: Retrospectiva dos fatos que marcaram o ano no setor de biogás - 1º Quadrimestre
Chegou o momento de recapitular as notícias que movimentaram o setor do Biogás no Brasil.
Confira abaixo, nesta matéria especial, uma seleção de notícias preparada pela equipe do Portal Energia e Biogás com os principais fatos e acontecimentos (de diversos veículos de imprensa) que marcaram o mercado do Biogás no Brasil, durante os meses de janeiro a abril de 2022.
O ano de 2022 iniciou com alguns destaques na mídia sobre novos investimentos de empresas para expansão dos negócios na área de biogás. No Rio Grande do Sul foi anunciado o acordo entre as empresas Sulgás e SebigasCótica para novos empreendimentos na área de Biogás (saiba mais).
Em São Paulo, a RZK Energia divulgou a sua captação de R$ 56 milhões para usinas renováveis (solar e biogás), a partir da emissão dos títulos verdes. A emissão dos títulos foi coordenada pelo banco Inter, com parecer independente da Sitawi. Até o final deste ano a previsão da companhia era de entregar mais nove usinas solares e mais uma de biogás e esperava chegar a 29 plantas até o fim do trimestre (saiba mais).
No setor sucroenergético, repercutiu no início de 2022 a notícia da parceria entre a Cocal e a Geo Biogás & Tech, onde o destaque foi divulgação de alguns detalhes do projeto de biogás/biometano e os planos das companhias para o futuro. O diretor comercial da sucroenergética explicou sobre comercialização de biometano por carreta e gasoduto isolado, além de expansão da planta de biogás e conversão da frota. A parceria entre as empresas viabilizou inauguração de uma planta de biogás Narandiba (SP) anunciada em outubro de 2021. A Cocal também anunciou fechamento de um contrato com a fábrica de alimentos Liane, localizada em Presidente Prudente (SP), para entrega do biometano pela GasBrasiliano (saiba mais).
No Estado do Paraná, empresa alemã Me Le Biogas GMBH propôs a implantação de um programa de saneamento rural no município de Quatro Pontes. O prefeito de Quatro Pontes recebeu uma comitiva formada por integrantes das empresas Me Le Biogas GMBH, Armatec Gmbh e AMBICOOP com objetivo de apresentar proposta para implantação de um programa de saneamento rural no município e produção de biogás (saiba mais).
Durante janeiro de 2022, ocorreu a publicação do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 (PDE 2031) que destacou que a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e o Programa Combustível do Futuro para impulsionar os novos investimentos e alavancar novos combustíveis no Brasil. Entre os biocombustíveis, segundo o PDE 2031, o biogás e o biometano irão ganhar destaques nos próximos anos. O PDE 2031 elegeu o biogás e SAF como rotas para descarbonizar transportes (combustíveis ainda precisam de marcos legais para ganhar competitividade e firmar um mercado no país) (saiba mais).
O biogás ganhou relevância, tornando-se um insumo estratégico para o setor de telecomunicações. A concessionária de telefonia Vivo (marca comercial da Telefônica Brasil S.A.) anunciou a inauguração de usina de biogás em São Paulo. A usina foi construída pelo Grupo Gera, inaugurada no município de Santos no mês de dezembro de 2021, junto ao aterro Terrestre Ambiental com potencial de captação entre 2.500 e 5.000 Nm³/h de biogás com alto teor de metano de aproximadamente 50% (saiba mais).
Também em janeiro a empresa de telecomunicação Oi (Oi S.A., anteriormente conhecida como Telemar) fechou acordo de geração distribuída (GD) com uma usina a biogás de aterro sanitário. Pelo acordo, empresa de telecom fica com 20% da geração da usina de 5 MW em Seropédica, da EVA Energia, durante os próximos cinco anos (saiba mais).
O biogás também foi destaque na emissão de Certificados de Ativos Ambientais. Logo nos primeiros meses de 2022, recebemos a notícia sobre a autorização para a Adecoagro (empresa produtora de alimentos e energia renovável) comercializar certificados Gas-REC. A empresa também foi pioneira na operação com CBIOs na bolsa de valores B3, também foi a primeira a comercializar o Gas-REC (saiba mais).
Outro destaque noticiado em janeiro de 2022 foi a venda de mais de 245 mil certificados I-RECs por projetos de biogás de aterro sanitário em 2021, pela empresa ENC Energy, sendo esta a primeira do ramo a emitir o certificado renovável (saiba mais).
Logo no início de fevereiro de 2022, ganhou destaque na mídia o anúncio da construção de planta de biogás no Mato Grosso. Fruto da parceria entre Uisa (uma das maiores biorrefinarias do País) e a Geo Biogás & Tech (referência na utilização de resíduos orgânicos para produção de biogás), a nova planta anunciada localiza-se em Nova Olímpia - MT. A nova planta tinha aporte previsto em R$ 220 milhões e previa a geração de energia elétrica, biometano e biofertilizantes a partir dos resíduos de cana, outras biomassas e resíduos de agroindústrias locais (saiba mais).
Em Pernambuco, o setor sucroalcooleiro destacou-se com interesse na produção de biogás e biometano, sendo este tema de uma reunião técnica do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar - PE) (saiba mais).
Do Rio de Janeiro recebemos a notícia do investimento de R$ 45 milhões em uma planta de produção de CO2 verde. O investimento foi do Grupo Urca Energia, destacando-se na instalação da primeira planta do Brasil para produzir gás carbônico (CO2) verde a partir de biometano (saiba mais).
Outro ponto que mereceu destaque logo no início de 2022, foi a retomada dos eventos presenciais. Um dos primeiros eventos do setor agropecuário em 2022 já contou com lançamento de uma super novidade. Durante o Show Rural, realizado em Cascavel no Paraná, teve destaque o lançamento do primeiro trator movido à biometano - T6 Methane Power de 180 cavalos que a New Holland lança no Brasil (saiba mais).
Ainda no Paraná, a Companhia Paranaense de Gás (Compagas) apresentou em 2022 uma série de ações que visaram estimular o desenvolvimento da produção de biometano, biocombustível com potencial para ampliar a capilaridade de atuação da companhia. Nesse sentido, a companhia iniciou 2022 visando a aquisição de biometano para ampliar o atendimento em novas regiões do Paraná (saiba mais).
Sobre concessionárias responsáveis pela distribuição de gás natural, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) lançou no dia 14 de fevereiro a sua primeira chamada pública em Pernambuco destinada à aquisição de biometano (saiba mais).
Outro importante destaque de novos negócios na área de biogás diz respeito ao fornecimento de tecnologias Caterpillar, pela Sotreq, para implementação de um projeto de cogeração de biogás. Os geradores Caterpillar tinham por objetivo fornecer insumos à multinacional AB Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo e dona de marcas como Fleischmann e Ovomaltine (saiba mais).
Outro destaque de projeto de cogeração, a unidade da Raízen em Valparaíso anunciou uma planta E2G – A usina passará por uma ampliação com investimentos de mais de R$ 1 bilhão, através da implantação da unidade de Etanol de Segunda Geração (E2G), da expansão da planta de Cogeração de Energia e da implantação da planta de Biogás, tendo previsão para iniciar em julho de 2022 (saiba mais).
Esses projetos de cogeração somam a marca atingida no Brasil de 19,57 GW provenientes da cogeração – Segundo o boletim da Cogen, dos 19,57 GW de toda a cogeração existente no país, a cogeração produzida via biogás detém 1,9% (saiba mais).
Além da expansão dos projetos de cogeração, os projetos específicos de geração de energia elétrica a partir do biogás triplicam no Brasil, nos últimos dez anos. Conforme matéria do Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul – Um combustível incipiente no Brasil, o biogás (produzido a partir de matéria orgânica) tem demonstrado um excelente potencial de crescimento. Uma prova disso é que entre os anos de 2009 e 2018, conforme dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a capacidade instalada de geração de energia elétrica a partir desse biocombustível saltou de 45 MW para 140 MW (cerca de 4% da demanda elétrica média do Rio Grande do Sul) (saiba mais).
Seguindo nessa tendência de expansão de novos projetos na área de biogás o Grupo Energisa (conglomerado privado do setor elétrico que oferece soluções integradas para o mercado de energia elétrica no Brasil, em geração, transmissão, distribuição, soluções e comercialização, além de geração distribuída e energias renováveis), focou em diversificar a sua atuação. O biogás e biometano são novas apostas para o mercado de energia limpa. O presidente do grupo, Ricardo Botelho, explicou sua visão para o futuro do mercado durante evento do BTG Pactual, pouco tempo depois de anunciar investimento milionário para diversificar fontes de receitas (saiba mais).
Além dos anúncios ocorridos em fevereiro de 2022 sobre as novas plantas de biogás e biometano para atender demandas de cogeração e geração de energia elétrica, a mobilidade a gás natural e a biometano obtece importante expansão no mercado. Como exemplo, a Scania divulgou que suas vendas de caminhões a gás no Brasil (os modelos que rodam com gás natural veicular ou biometano) superavam mais de 600 unidades comercializadas (saiba mais).
Assim como os dois primeiros meses de 2022, no mês de março ocorreram boas notícias no setor de biogás.
Sobre o biometano na mobilidade, a Iveco apresentou o Hi-Way movido a biometano e gás natural no Brasil. Os novos modelos começaram a ser testados no segundo trimestre (saiba mais).
Outro destaque noticiado no mês de março foi o projeto para produção de Combustível de aviação (SAF) a partir de biogás e de hidrogênio verde. O projeto previa a transferência de conhecimentos e a produção descentralizada de combustíveis renováveis a partir da elaboração de um modelo técnico. A parceria entre Agência de Cooperação Alemã e o CIBiogás proporcionou ao Estado do Paraná investimentos de cerca de R$ 9 milhões para o projeto de produção de combustível renovável a partir de biogás e hidrogênio verde (saiba mais).
Ainda no campo da pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I), outro destaque foi o Biohitano (produção de biocombustíveis por meio da digestão anaeróbica do hidrogênio e metano - daí hitano, ou hythane, do inglês). Projeto de pesquisa em desenvolvimento na Unicamp, financiado pelo Shell e a Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANP) para desenvolvimento de uma planta-piloto de biocombustível para produção de hidrogênio e metano (hitano) por meio do processo de digestão anaeróbica (saiba mais).
As parcerias comerciais entre diferentes empresas não ficaram restrita apenas ao meio acadêmico, em março houve anúncio de parcerias estratégicas entre empresas para o desenvolvimento de soluções tecnológicas para indústrias sustentáveis. Com o objetivo de desenvolver novas soluções tecnológicas para fábricas mais "inteligentes", T4 Agro e Intelup firmaram parceria para expansão de novos negócios (saiba mais).
Para atender as demandas no setor de biogás, o mercado vêm se fortalecendo e novas soluções começaram a surgir. Empresas como a MWM e a AUMA Energia lançaram soluções de geração de energia à biogás, em economia circular, para pequenas propriedades do agro, de modo que o pequeno produtor rural consiga "descarbonizar" seu processo produtivo (saiba mais).
Outra região que ganhou destaque com novos projetos de biogás foi o Nordeste. No município do Pilar, na Região Metropolitana de Maceió, capital do Estado de Alagoas, foi inaugurada a primeira usina da região para a produção de energia elétrica a partir de gás metano. Com capacidade de produção é de 1 megawatt de energia por hora, podendo abastecer até 4 mil residências, a usina é uma oportunidade incrível de desenvolvimento sustentável local (saiba mais).
Somado a tantos fatos que ocorreram em março, no setor de biogás um fato novo ganhou destaque nacional, sendo um marco para o setor. Trata-se do lançamento do Programa Nacional METANO ZERO pelo Governo Federal, por meio da Portaria MMA nº 71. O programa nacional Metano Zero é um conjunto de políticas públicas para incentivara produção de biometano, um biocombustível renovável para transição energética, que pode substituir a gasolina, diesel e o gás natural (saiba mais).
A medida surgiu como uma busca para cumprir as metas de redução de emissão de metano definidas na COP26 (combustível feito a partir de resíduos urbanos e rurais, pode ser usado para substituir o diesel na agropecuária (saiba mais).
Em abril de 2022 foi anunciada a Joint venture Raízen Geo Biogás para investimento na produção de biometano em São Paulo. A nova unidade de produção, localizada em Piracicaba – SP demandaria investimentos na ordem de R$ 300 milhões (saiba mais).
Na geração de energia elétrica a partir de gases produzidos em aterro sanitário, o destaque em abril foi a parceria da startup Metha Energia com a Usina da Asja Brasil na Região Metropolitana de Belo Horizonte - MG. A Metha Energia atua no mercado de geração distribuída, através da Geração Compartilhada, conecta seus clientes residenciais com a energia produzida em usinas de biogás instaladas em aterros sanitários (saiba mais).
Sobre a venda de certificados de ativos ambientais, a Adecoagro realizou venda inédita de GAS-REC, meses após ter anunciado a sua autorização para comercializar certificados GAS-REC. A empresa fez a primeira emissão de certificados de gás natural renovável do Brasil (saiba mais).
Também em abril, uma aquisição no mercado marcou mais um passo estratégico para a consolidação do setor de biogás no Brasil. A Tupy S.A. , multinacional brasileira dedicada ao desenvolvimento e fabricação de componentes estruturais para bens de capital (com produção concentrada nas fábricas brasileiras, em Betim/MG, Joinville/SC e Mauá/SP, e no exterior), anunciou o acordo para a aquisição da MWM do Brasil. Entre as diferentes ações da empresa, a estratégia de crescimento e expansão do uso de biogás e biometano para geração de eletricidade e combustível para frotas de caminhões, ônibus e tratores agrícolas é a principal rota para a descarbonização da indústria nacional e exportadora de proteínas, laticínios, açúcar e etanol. A produção de biogás no País é inerente ao tamanho do agronegócio brasileiro (saiba mais).
No mesmo período, no Estado de Roraima, no município de Cantá, entrou em operação comercial da UTE Bonfim, com 10 MW de capacidade instalada. A usina Bonfim recebeu autorização da ANEEL para iniciar geração comercial de energia (saiba mais).
Outro importante destaque do mês de abril de 2022 foi anúncio do potencial para produzir e consumir biogás na Região Amazônica. Somente o Estaso do Amazonas detém 14% do potencial de biogás da região amazônica e pode produzir 77 milhões de m3 desse combustível por ano (saiba mais).
Aguarde, em breve novas publicações com a retrospectiva dos fatos que marcaram o setor de biogás no 2º e 3º Quadrimestre de 2022.
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