Biogás uma realidade à moda antiga utilizando Biomassa

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O setor sucroenergético tem potencial para revolucionar o setor de bioenergia com produção de biogás a partir da vinhaça

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Comunidades & Produtores de Biogás
Vinhaça

Biogás uma realidade à moda antiga utilizando Biomassa

Autor: Mario César Souza e Silva

O setor sucroenergético na era da SUSTENTABILIDADE da utilização inteligente da vinhaça, subproduto de nossas fermentações e que sabidamente são extremamente poluentes.

De acordo com a Cooperativa de Produtores de Cana de Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo (COPERSUCAR, 1979), a vinhaça (produzida a partir da fermentação e destilação da cana) é considerada o principal resíduo da fabricação do etanol, não apenas pelo grande volume gerado, mas principalmente, pelo seu elevado potencial poluidor. Para se ter uma ideia da dimensão do resíduo gerado, segundo Theodoro (2005), para cada 1000 t de cana processada, são gerados 360 m³ de vinhaça.

A produção de Biogás faz parte do ciclo global do carbono. Anualmente, a biodegradação natural de matéria orgânica em condições anaeróbia libera entre 590 milhões a 800 milhões de toneladas de metano na atmosfera. Os sistemas de recuperação de biogás exploram esses processos bioquímicos para decompor vários tipos de biomassa, aproveitando o biogás liberado.

As fontes para a produção de Biogás são incontáveis considerando que temos diversas alternativas para obtenção de matéria orgânica (o processo ocorre naturalmente em ecossistemas como pântanos, mares, lagos, jazidas de petróleo, minas de carvão, aterros sanitários, sistemas de tratamento de esgoto, entre outros, além de poder ser feito em um Sistema de Biodigestão em demanda industrial). Uma das fontes utilizadas na produção deste combustível é a utilização de resíduos orgânicos, ou seja, transformar o “lixo” em um produto com valor agregado. Por esse motivo, trata-se de um combustível com forte apelo ambiental.

Neste cenário, a biodigestão anaeróbia da vinhaça surge como uma alternativa de tratamento deste subproduto apresentando, ainda, uma importante consequência econômica: a produção de metano e seu aproveitamento como fonte de energia.

Essa biodigestão, entretanto, apenas se tornou atrativa a partir do desenvolvimento de reatores de alto desempenho, com baixo tempo de detenção hidráulica, como é o caso do Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente e de Manta de Lodo (UASB), que pode ser amplamente aplicado ao caso da vinhaça (GRANATO, 2003).

O BIOGÁS foi descoberto em 1667, porém, foi só um século mais tarde que foi reconhecido como presente em pântanos. Já no século XIX, Ulysse Gayon, aluno de Louis Pasteur, realizou a fermentação anaeróbia de uma mistura de estrume e água, a 35ºC, conseguindo obter 100 litros de gás por m3 de matéria.

Em 1884, Louis Pasteur, ao apresentar à Academia das Ciências os trabalhos do seu aluno, considerou que esta fermentação podia constituir uma fonte de energia para aquecimento e iluminação, devido a presença de metano, o hidrocarboneto de menor cadeia (1 átomo de carbono), principal componente do gás natural e de elevado poder calorífico.

Mario César Souza e Silva

PhD Researcher no IPBEN – Instituto de Pesquisa em Bioenergia, UNESP em Rio Claro/SP

Microbiologista especializado em desinfecção industrial com controle microbiológico do processo de fermentação etanólica. Especialista em avaliação de antimicrobianos com metodologias desenvolvidas e monitoradas por HPLC ( parâmetros especiais testados ao longo destes últimos dez anos que impactam na cinética da fermentação e a produtividade). Consultorias e auditorias de controle microbiológico do processo de fermentação etanólica em usinas de açúcar e álcool do Brasil e da América do Sul. 

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Para saber mais, acesse: geração de biogás no Brasil


Autor: Mario César Souza e Silva - LinkedIn.
Publicado em:  12 de julho de 2021.

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