Biometano Liquefeito

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Propulsão a Gás Natural Liquefeito (GNL) e oportunidades para Biometano Liquefeito na Indústria Marítima.

Biometano Liquefeito
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colunista
Biogás em Pauta, por Heleno Quevedo

Biometano Liquefeito

Propulsão a Gás Natural Liquefeito (GNL) e as oportunidades para Biometano Liquefeito na Indústria Marítima.

Heleno Quevedo  | Colunista do Portal Energia e Biogás — Na última semana, ocorreu o lançamento oficial do Icon of the Seas da Royal Caribbean. Trata-se do maior navio de cruzeiros do mundo, e a cerimônia oficial teve lugar em Miami. Um ponto que chamou a nossa atenção é que o Icon of the Seas possui propulsão a gás natural liquefeito (GNL). Com 300 toneladas de GNL em seu tanque de combustível, este é o primeiro de seis da Classe Oasis a adotar essa tecnologia.

Com uma potência total instalada de mais de 90 MW e seis motores principais Wärtsilä, o Icon of the Seas é uma maravilha tecnológica. Seus motores podem utilizar gás natural, tornando-o ecologicamente correto quando comparado à substituição do óleo combustível pesado comumente usado.

Comprometido com a transição energética, o navio utiliza tecnologia eficiente para minimizar sua pegada de carbono. O uso pioneiro de GNL é parte de sua visão de alcançar uma frota com emissão zero até 2035.

No Icon of the Seas da Royal Caribbean, algumas características notáveis podem ser citadas, como a presença do maior parque aquático em alto mar. O Icon of the Seas redefine a categoria de luxo a bordo. No entanto, a questão ambiental é crucial, e estão investindo em soluções, como a conversão de resíduos em energia a bordo, além da recuperação de calor dos geradores. O Icon of the Seas é apenas o começo, pois a Royal Caribbean planeja introduzir novas tecnologias, como células de combustível a bordo, para avançar em direção a um futuro mais verde.

O tamanho colossal do navio, capaz de acomodar quase 8.000 pessoas, levanta questões sobre seu impacto ambiental. Embora o uso de GNL seja um avanço quando comparado ao óleo combustível pesado usado em frotas marítimas, os desafios relacionados ao gás metano estão sendo discutidos por especialistas em clima. Um dos principais pontos levantados por críticos a essa tecnologia é a possibilidade de perdas de metano para a atmosfera durante processo de regaseificação do GNL. O lançamento do Icon of the Seas da Royal Caribbean trouxe à tona novos pontos para esse debate sobre o uso do GNL.

Além das atuais práticas sustentáveis e eficientes adotadas pela Royal Caribbean, podemos aqui realizar um exercício de imaginação para explorar uma abordagem ainda mais ecologicamente amigável. Considerando a propulsão atual a gás natural liquefeito (GNL), podemos pensar na hipótese de utilizar o biometano líquido no lugar do GNL de origem fóssil.

Ao ponderar sobre as perspectivas da adoção do biometano liquefeito, obtido a partir da purificação do biogás e liquefação do biometano, como uma alternativa inovadora, imaginemos o Icon of the Seas operando com biometano liquefeito, um combustível derivado de fontes renováveis com pegada de carbono negativa, obtido por diferentes fontes de resíduos orgânicos.

Para facilitar esse exercício de imaginação, podemos considerar a hipótese da fonte de biogás ser da produção de suínos. Essa transição energética para o biometano líquido não apenas seria um avanço significativo em termos de sustentabilidade, mas também abriria novas oportunidades e perspectivas para o mercado de biogás e biometano brasileiro.

O potencial mercado para os produtores de biogás seria vasto, uma vez que a demanda por biometano liquefeito em larga escala poderia impulsionar o setor. A produção de biogás a partir de resíduos agropecuários, agroindústria e saneamento ganhariam destaque como uma fonte renovável de combustível para a indústria de transporte marítimo.

Mas considerar essa hipótese não é nada simples, uma vez que exige complexos estudos de viabilidade econômica, viabilidade técnica, social e ambiental para avançar da produção do biogás até a purificação e liquefação do biometano.

  • E como levar esse biometano do interior do Brasil para os portos?
  • Qual seria o custo final?
  • Seria um produto competitivo?

Também é preciso considerar toda a infraestrutura necessária para produção e transporte desse biometano liquefeito. Contudo, é crucial considerar os desafios logísticos, regulatórios e econômicos associados a essa transição. A infraestrutura necessária para a produção, transporte e armazenamento de biometano liquefeito exigiria investimentos substanciais. A Royal Caribbean, ao liderar essa visão futurista, poderia não apenas elevar os padrões de sustentabilidade na indústria marítima, mas também desencadear um impacto positivo e transformador nos mercados globais de biogás.

Como citado antes, isso é apenas um exercício de imaginação e reflexão. Exercícios como esse podem auxiliar na identificação de novos mercados para o biogás brasileiro.

O que achou dessa pauta? Fique a vontade, contribua e deixe o seu comentário. 

Até breve!

Referências Consultadas

A coluna Biogás em Pauta aborda diferentes temáticas relacionadas com o processo de produção de biogás, destacando a relação com fatores ambientais, sociais, econômicos e corporativos.

Gostou do assunto?

Quer saber mais sobre o biogás no Brasil?



Autor: Heleno Quevedo     Publicado em: 30 de janeiro de 2024.

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  • Acho que para ficar sustentável mesmo, ficou faltando eles instalarem um bioreator no navio para produzir biogás e energia com os dejetos produzidos na preparação de alimentos e os próprios dejetos humanos dos passageiros e tripulantes; o que para 7600 passageiros e 2400 tripulantes daria por baixo umas 40 t dia entre sólidos e líquidos aptos à biodigestão. A empresa que estou representando tem sistema para esta pequena quantidade em containers que precisam de 40 m x 10 m para processar em biogás e energia, o qual pode gerar até 300 kw ou até cerca de 1.400 Nm³ CH4 dia. Certeza que conseguiria adaptar um para colocar dentro do navio.
    8 meses atrás Responder
    • Olá Fernando Figueiredo, Agradeço muito pelo seu comentário e pelas suas valiosas contribuições! É realmente fascinante considerar a implementação de um biorreator a bordo do Icon of the Seas para aproveitar os resíduos orgânicos e produzir biogás e energia. Sua sugestão traz uma abordagem inovadora e altamente sustentável para o contexto da indústria marítima. A capacidade de processar os dejetos produzidos na preparação de alimentos e os próprios dejetos humanos dos passageiros e tripulantes poderia oferecer uma solução completa em termos de gestão de resíduos e produção de energia a bordo. É muito interessante saber que a empresa que você representa tem sistemas para processar essa quantidade em containers, o que certamente poderia ser adaptado para atender às demandas específicas de um navio de cruzeiro como o Icon of the Seas. Essa adaptação poderia não apenas aumentar a eficiência operacional do navio, mas também demonstrar um compromisso ainda maior com a sustentabilidade e a redução da pegada de carbono. Fico empolgado com a possibilidade de ver essas ideias sendo consideradas e implementadas no futuro da indústria marítima. Certamente, soluções como essa têm o potencial de inspirar mudanças significativas e positivas em direção a um ambiente mais sustentável. Mais uma vez, obrigado por compartilhar suas insights e expertise conosco! Se tiver mais sugestões ou pensamentos sobre como podemos avançar nesse sentido, por favor, não hesite em compartilhar.
      7 meses atrás