Pecuaristas buscam integrar mercado de biogás e proteína animal no Brasil

Uma oportunidade para gerar valor estratégico para a transição energética do Brasil.

A matéria produzida por Mario Osava, para IPS, destaca o Brasil como o maior exportador mundial de carne, apesar desse potencial não está conseguindo capitalizar o biogás, uma fonte de energia produzida a partir de dejetos do gado.

Apesar da enorme indústria pecuária do país, não há mercados organizados para garantir consumidores estáveis para o biogás. No Brasil, os dejetos da pecuária não são vistos como um recurso pelas empresas, mas sim como um resíduo.

A Associação Brasileira de Biogás lamentou a falta de filiação das empresas e sugeriu que cabe à indústria da cadeia de proteína animal tornar-se geradora de energia. Se uma decisão não for tomada em breve, existe o risco de subinvestimento em motores a gás, que utilizam gás natural ou biometano, também conhecido como gás natural renovável.

O Brasil produz apenas 0,5% do biogás que poderia ser produzido a partir de resíduos e esgoto, e há apelos para que o Brasil aloque todo o biogás na produção de biometano para reduzir o consumo de diesel em 70%. O Brasil também não está conseguindo atingir seu potencial na geração de eletricidade, com o biogás respondendo por apenas 2,1% do total global.

“Falta consumidores fixos”, afirma Cícero Bley Junior, pioneiro na promoção do biogás no oeste paranaense.

“É a melhor energia, com certeza”, disse Anelio Thomazzoni, suinocultor de Vargeão - SC. Sua fazenda tem uma usina de biogás de 600 quilowatts e uma usina de energia solar de 1 megawatt.

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