Passivo ambiental ou ativo econômico-financeiro?

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Em seu texto, Iara Dreger destaca benefícios e a importância da implementação de soluções nas fazendas, baseadas em processos de digestão anaeróbia altamente tecnificados.

Passivo ambiental ou ativo econômico-financeiro?
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Passivo ambiental ou ativo econômico-financeiro?

Iara Dreger | Você considera a biomassa excedente da produção de proteína animal um passivo ambiental ou um ativo econômico-financeiro?

Por meio da digestão anaeróbia (sem oxigênio) de biomassa excedente de animais em confinamento, em um biorreator, a biotecnologia é capaz de converter a biomassa residual das fazendas em  bioinsumo agrícola e biocombustível gasoso.

Biorreatores são, sobretudo, esterqueiras tecnificadas para a produção de biofertilizante. Mantidos a uma temperatura constante de 35-37°C, com agitação, tempo de retenção e parâmetros biológicos controlados, onde atuam bactérias selecionadas, capazes de transformar matéria orgânica em ativos.

O Bioinsumo de um biorreator é composto por água, nitrogênio, fósforo e potássio, além de microrganismos, próprios para a fertilização do solo.

A adubação média para o milho, por exemplo, é de 300 a 400 kg de formulação NPK 10-20-18 mineral ou equivalentes, por hectare (Embrapa Solos). Para 100 hectares são necessários entre 30 e 40 toneladas do fertilizante. Considerando o valor de R$ 4.889,69 a tonelada¹ do composto, e a substituição deste por biofertilizante, o custo evitável da fazenda é de cerca R$ 150.000,00 por safra.

O biofertilizante pode ser, também, separado em fases líquida e sólida, esta última para ser exportada da fazenda e comercializada. Na fase líquida do produto permanece grande parte do nitrogênio solúvel e potássio (Embrapa Solos), que pode ser enriquecido com minerais solúveis, dependendo da necessidade de fertilização in loco. Todavia é possível, ainda, transformar a fase líquida em água de reuso, por meio de processos biotecnológico ou biológico.

Ademais, a biotecnologia aplicada no biorreator induz a produção firme e continuada de biogás, capaz de mover motores para a geração de eletricidade e água quente ou para alimentar caldeiras, com resultados ambientais, econômicos e financeiros robustos, tanto para a fazenda quanto para a sociedade.

Biorreatores são gerenciados por mão de obra especializada, laboratório de análises à campo e acompanhamento pós-venda responsável. Seu ótimo desempenho é capaz de garantir um Modelo de Negócio atrativo para a fazenda e proporcionar bons resultado econômico-financeiro.

“Tecnologia e inovação geram valor e, valor não tem preço”.

¹Globo Rural, julho 2022, Agricultores estudam reduzir uso de fertilizantes na safra 2022/23.

Sobre a autora

Iara Dreger, M.Sc. Dipl.-Ing. (FH), Arquiteta - Fundadora e CEO da empresa SulBiogás Ltda.

Possui Mestrado em Gestão Ambiental para os Trópicos e Energias Renováveis pela Universidade de Ciência Aplicada de Colônia e Arquiteta pela Universidade  Federal de Santa Catarina. Contato: sulbiogas@sulbiogas.com | (48) 991114711.

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Autor: Iara Dreger. Publicado em: 27 de março de 2023.

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