12º Ep - Dispenser GNV / Biometano

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Conheça o Dispenser GNV/Biometano ASPRO, essencial para conectar produção ao consumo de combustível sustentável. Gabriel Kropsch, especialista com mais de 30 anos, revela tudo sobre tecnologia, segurança e economia.

12º Ep - Dispenser GNV / Biometano
Foto: Divulgação/ Sinergás
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Série Especial
Equipamento para área de biogás e biometano

Dispenser GNV / Biometano ASPRO

A Conexão Final Entre Sustentabilidade e Mobilidade.

No episódio de hoje, vamos destacar um equipamento essencial presente em todos os postos de abastecimento de GNV: o Dispenser GNV. Esse equipamento é um verdadeiro divisor de águas, pois “conecta a produção e distribuição de gás natural veicular (GNV) ou biometano ao consumidor final”. Ele é a ponta de entrega do combustível veicular, sendo a última etapa de um processo complexo que envolve um robusto sistema de compressão de GNV ou biometano.

Para discutir mais a fundo sobre os Dispensers GNV e Biometano, convidamos um especialista com mais de 30 anos de experiência no setor: Gabriel Kropsch, fundador e membro do conselho da SINERGÁS. Apaixonado por negócios sustentáveis e inovadores no setor de energia, Gabriel traz uma visão profunda sobre o desempenho, operação, segurança e economia desses equipamentos. Junte-se ao Portal Energia e Biogás e ao Gabriel Kropsch para um bate-papo repleto de informações relevantes sobre a tecnologia e a aplicação dos Dispensers GNV e Biometano ASPRO. Não perca!

1. SOBRE A TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

1.1. O que é o Dispenser GNV?

Gabriel Kropsch: O dispenser é um equipamento essencialmente eletromecânico para abastecimento e medição de volume de Gas Natural Veicular (GNV). Apesar de ser comumente chamado de “Bomba de GNV” ele não possui os mecanismos de uma bomba, como nos combustíveis líquidos, mas uma série de sensores mecânicos extremamente precisos, placas eletrônicas sofisticadas, válvulas e tubulações de aço inoxidável. É, portanto, um equipamento muito mais sofisticado e complexo do que uma bomba de combustível líquido padrão. 

O dispenser é apenas a parte visível de todo um Sistema de Compressão de gás natural ou biometano, que também é composto pelo compressor, painel de controle e armazenagem.

É através do dispenser que são feitos os abastecimentos dos veículos, seja em um posto de combustível, indústria ou outras aplicações de gás natural em alta pressão. 

1.2. Poderia compartilhar com os nossos leitores o histórico de desenvolvimento desse produto, como tudo iniciou?

Gabriel Kropsch: A necessidade do dispenser é concomitante ao uso do GNV como combustível de uso comercial. A tecnologia de compressão de gás natural remonta a primeira Revolução Industrial, e uma vez que ele é submetido a essa alta pressão (mais de 220Bar, ou 220 vezes a pressão atmosférica) ele precisa ser canalizado e aplicado em seu objetivo. Em uma aplicação de compressão e consumo para o mesmo “ente”, a necessidade de dispenser não se fazia presente porque o gás poderia ter sua massa aferida em baixa pressão, submetido ao compressor e depois em alta pressão ser direcionado por tubulações apropriadas até sua aplicação. Na medida que esse gás passa a ser comercializado entre diversos entes de uma cadeia na forma de combustível, essa necessidade de “tomar nota” da quantidade que estava sendo vendida, fez surgir a necessidade de desenvolvimento de um equipamento que pudesse suportar essa demanda, já em alta pressão. Esse equipamento é o dispenser.

É graças ao dispenser que conseguimos individualizar o abastecimento de GNV comprimido junto aos clientes e cada um saber com exatidão a quantidade de gás que está “entrando” no seu cilindro.

1.3. Quais são as principais inovações tecnológicas presentes no Dispenser ASPRO?

Gabriel Kropsch: O dispenser em si é um equipamento que já existe e é empregado há bastante tempo. Comparado com a Bomba de Combustível ele já traz uma tecnologia bastante avançada, que inclusive é refletida no valor comparativo e na sua durabilidade.

A Sinergás é a distribuidora autorizada EXCLUSIVA para todo o Brasil dos equipamentos da marca ASPRO, fabricados pela Delta Compresión, da Argentina. Da mesma forma que não usamos mais geladeiras ou condicionadores de ar com 20 anos de idade, os dispensers ASPRO também avançaram muito nos últimos anos, tanto em termos do “hardware” quanto do seu “software”. Além de questões de confiabilidade e segurança, esses avanços trouxeram uma maior conectividade aos equipamentos.

Uma grande inovação presente nos dispensers ASPRO está no modelo de Alta Vazão que foi projetado e é fabricado com componentes para suportar uma vazão de até 28 Nm³/min ou 1.680 Nm³/h. Como comparação, um dispenser comum suporta uma vazão de no máximo 10 Nm³/min. É um equívoco adaptar um bico mais largo em um dispenser normal pois isso, além de representar um risco à segurança, não vai “transformá-lo” em um equipamento de Alta Vazão.

1.4. O Dispenser ASPRO se diferencia da concorrência em termos de tecnologia?

Gabriel Kropsch: A principal diferença do dispenser ASPRO em relação aos demais existentes no mercado reside no fato que ele foi projetado e pensado por um grupo de engenheiros para ser o equipamento “frente” do GNV nos postos ou indústrias. Muito equipamentos atualmente comercializados no Brasil são copias ou arremedos feitos a partir de carcaças de Bombas de Líquidos.

Além do projeto em si, podemos destacar que o Dispenser ASPRO é integralmente fabricado em uma estrutura industrial especializada, possui certificação internacional e pode ser certificado inclusive no Brasil por Certificadoras Independentes de renome, e assim operar dentro dos mais elevados padrões de segurança em qualquer tipo de instalação industrial ou posto de combustível.

Tem também a questão da origem das peças. O dispenser ASPRO tem seu registro de peças todo rastreado, ao passo que no mercado encontra-se facilmente produtos que são montados a partir de peças usadas ou sem procedência, assim como o processo de montagem em si, que não é regido por qualquer tipo de norma de segurança ou de qualidade industrial.

1.5. Quais são os modelos específicos de Dispenser GNV que também operam com biometano?

Gabriel Kropsch: O biometano é intercambiável com GNV, sendo idêntico a ele com exceção apenas de sua origem renovável. Dessa forma, não existe distinção técnica entre operar com um ou outro combustível, ou uma mistura de ambos.

O que vai ser fundamental nesse quesito é a configuração da densidade do gás. Diferentemente dos combustíveis líquidos, o gás (seja ele o GNV ou o biometano) pode variar em sua densidade e é através dessa informação que serão feitas a conversão para o volume abastecido, a partir da medição da massa de gás. O correto ajuste da densidade traz segurança e confiabilidade tanto para o consumidor quanto para o posto.

Foto: Posto de abastecimento GNV / Biometano (São Bernardo do Campo - SP). Arquivo pessoal HQL

2. DESEMPENHO E OPERABILIDADE

2.1. Qual é a aplicação do Dispenser ASPRO?

Gabriel Kropsch: Pode ser aplicado em qualquer negócio e indústria que trabalhe com Gás Natural Comprimido, como postos de abastecimento de veículos (abertos ao público ou cativos), pontos de abastecimento de frotas leves ou pesadas (carros, caminhões ou ônibus), indústrias que precisem abastecer empilhadeiras ou maquinários movidos a gás natural ou biometano, inclusive na agroindústria.

2.2. O Dispenser pode controlar a qualidade do Biometano?

Gabriel Kropsch: O biometano é extraído a partir de um processo de purificação, que resulta em um elevado percentual de metano em sua composição. No padrão da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) esse valor está na casa de 96%, mas existem aplicações industriais com menores percentuais de metano no referido gás. Por ser um equipamento de abastecimento e medição mássica e volumétrica, o dispenser não tem condições de controlar essa qualidade.

O que pode acontecer é que, em função de uma variação elevada na densidade do gás, que tem seu valor configurado no dispenser, com o tempo o cliente ou o operador do posto poderá notar uma diferença nos volumes abastecidos. Esse, aliás, é um desafio recorrente também nos postos de GNV tradicionais, principalmente quando há injeção de gás natural no gasoduto oriundo de fontes diferentes. Por isso é fundamental que o operador faça a aferição no dispenser regularmente, para ajustar a densidade. 

2.3. Como funciona o Dispenser ASPRO?

Gabriel Kropsch: Por ser um equipamento eletromecânico o Dispenser GNV funciona em conjunto com o Sistema de Compressão que é conectado a ele por uma tubulação metálica de alta pressão e cabos lógicos e de energia, sendo que todos se “encontram” no painel elétrico que é o cérebro de todo o sistema de compressão.

Uma vez que o gás é comprimido na Unidade Compressora ele fica disponível para ser transferido ao cilindro externo, no caso aqui de um veículo.

No momento que o veículo para no ponto para abastecer, o operador retira a mangueira de alta pressão do seu descanso, coloca no respectivo local do veículo e libera o gás pelo uso da manopla de abastecimento. Esse gás começa a fluir pelo sistema como um todo, chegando ao Dispenser.

Na medida que entra no dispenser, ele passa pelo sistema de válvulas reguladoras (que garante a pressão e segurança do abastecimento), depois pelo Medidor Mássico, que é a peça fundamental e que permite a contabilização do volume a partir do fluxo que gás que passa por seu interior, pelas diversas tubulações internas e finalmente pela mangueira de alta pressão, bico e cilindro do veículo que está sendo abastecido. Essa operação toda é quase que imediata a partir do momento que se abre a manopla de abastecimento.

O gás vai então sendo contabilizado até o término do abastecimento, que pode ser feito com o enchimento total dos cilindros ou de forma parcial.

Ao final desse processo a manopla é fechada, a mangueira colocada novamente em seu descanso e os valores contabilizados aparecem no display do equipamento. Caso seja um abastecimento interno, esses valores podem ser usados para contabilizar o volume de gás em cada veículo e se for um abastecimento em posto comercial esses valores são a base para a cobrança do combustível para o cliente por parte do posto.

2.4. Quanto tempo leva para realizar o abastecimento de um veículo com kit GNV (tanque tamanho padrão)?

Gabriel Kropsch: O tempo do abastecimento de um cilindro GNV vai depender do tamanho do cilindro e da vazão disponibilizada pelo compressor, além da capacidade de abastecimento do dispenser em si. Diferentemente da bomba de líquidos que trabalha sozinha, o abastecimento GNV trabalha em paralelo. Assim, se o posto estiver vazio, o abastecimento será mais rápido do que se o posto estiver com todos os pontos ocupados. De toda forma, o abastecimento de um veículo com um cilindro de 17m³ (padrão), não deverá levar mais que 5 ou 7 minutos.

Já um caminhão, se chegar sem gás em um posto que não está preparado para esse tipo operação com um sistema de alta vazão, pode levar até 45 minutos para ser abastecido. O volume médio de GNV que um caminhão abastece equivale a 10 ou 12 veículos, sendo que como o gás é compressível, diferente do combustível líquido, a mecânica de abastecimento não é linear. Ou seja, quando você está em um posto e chega um caminhão, sendo o volume de cilindros do caminhão muito maior que o de um veículo leve, a própria mecânica dos gases irá entender que ali existe um espaço a ser preenchido, e direcionará todos os esforços para “cobrir” esse espaço, reduzindo assim a vazão nos demais bicos acoplados a cilindros menores. Não só o caminhão leva mais tempo para encher o cilindro, mas todos os outros carros sendo abastecidos também.

Um Sistema projetado para abastecimentos de alta-vazão, com linha de abastecimento dedicada, tem capacidade para até 28m³ por minuto. Ou seja, um caminhão com 200m³ de capacidade poderia ser abastecido em até 7 minutos.

Essa questão do tempo de abastecimento tem uma quantidade enorme de variáveis e muita gente joga com as palavras, não sendo precisas entre esse discurso e o que realmente acontece na prática. Esse tema sozinho poderia ocupar todo o espaço de uma entrevista.

2.5. O Dispenser ASPRO é compatível com diferentes tipos de veículos? Pode abastecer carros de passeio com kit GNV, ou caminhões a GNV/Biometano, tratores a gás, empilhadeiras a GNV/Biometano, entre outros?

Gabriel Kropsch: Sim, todos esses sem qualquer problema. 

2.6. Que recursos o equipamento oferece para facilitar a operação e o gerenciamento do processo de abastecimento?

Gabriel Kropsch: Os dispensers ASPRO modelo AS 120 G AC são projetados em uma estrutura robusta de aço inoxidável e podem ser configurados de acordo com as necessidades de cada cliente:

    • Sistema de alimentação de 1, 2 ou 3 linhas;
    • Válvula de desengate rápido de mangueira (Break Away) em caso de carregamento do bico pelo veículo;
    • Bico de carga NGV-1, NGV-2, NZ e outros de acordo com a legislação local;
    • Sistema de corte eletrônico e mecânico por excesso de vazão de abastecimento;
    • Filtro de entrada para limpeza do gás;
    • Abastecimento por volume ou valor monetário pré-definido;
    • Porta para sistema de comunicação.

Foto: Posto Novo Pedágio, na Rodovia Presidente Dutra - RJ. Divulgação: LinkedIn Sinergás

3. SEGURANÇA E SUSTENTABILIDADE

3.1. O Dispenser ASPRO é um equipamento seguro?

Gabriel Kropsch: Totalmente seguro. Além da questão da fabricação em ambiente industrial (diferente da “montagem” em locais não apropriados), ele conta com botoeira de emergência, mangueira dupla para venteio do gás no momento do encerramento do abastecimento, além de válvulas de 2 e 3 vias que também garantem a segurança da operação no dia a dia.

Contudo é fundamental que todos os envolvidos na operação de abastecimento sejam treinados para executar as manobras. O treinamento oferecido pela Sinergás aborda também as questões de saúde, segurança e meio ambiente (SSMA).

Como todo equipamento de alta pressão, qualquer dispenser precisa de manutenção regularmente, de acordo com o manual do fabricante, feita por um técnico especializado. Vale lembrar que todo serviço realizado em qualquer item do Sistema de Compressão, incluído o dispenser necessita de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), de preferência emitido por um funcionário da empresa que está prestando o serviço.

3.2. Quais são as medidas de segurança que o Dispenser ASPRO incorpora?

Gabriel Kropsch: Como já explicado anteriormente entre elas:

    • Mangueiras de 1a qualidade (Parker ou equivalente)
    • Botoeira de Emergência
    • Válvula Breakaway de Linha e 
    • Válvula Breakaway de retorno
    • Lâmpada de Término de Abastecimento
    • Chassis em Aço Inoxidável
    • Válvulas Reguladoras de Pressão
    • Caixa a Prova de Explosão onde ficam as placas eletrônicas

3.3. O equipamento atende às normas e regulamentações nacionais e internacionais de segurança?

Gabriel Kropsch: A fábrica, os processos produtivos e todos os produtos ASPRO são avaliados de maneira contínua por certificadores externos para garantir a conformidade com todas as normas internacionais, incluindo dos Estados Unidos e União Europeia.

Infelizmente, até hoje não existe no Brasil uma norma nacional para regulamentação dos dispensers. Até pouco antes da pandemia foi envidado um esforço pelo próprio INMETRO para estabelecer essa norma, mas além da questão construtiva a proposta tratava também da forma de cobrança e contabilização do GNV nos postos, e por isso não houve avanço.

Para nós é uma pena que não haja um regramento maior sobre os dispensers, pois isso com certeza elevaria o padrão técnico de toda a categoria e evitaria o comércio de equipamentos feitos com baixos níveis de segurança ou qualidade, que infelizmente acabam sendo adquiridos por operadores e postos de abastecimento. 

3.4. De que forma o Dispenser contribui para a sustentabilidade ambiental?

Gabriel Kropsch: O gás natural reduz em até 20% as emissões de gases de efeito estufa, que contribuem para o aquecimento global e a mudança climática. No caso do biometano, essa redução é de até 95%. Além disso, tanto o GNV quanto o biometano reduzem em mais de 90% outros poluentes como os Óxidos de Nitrogênio (NOx) e Material Particulado (MP).

O dispenser, como parte integrante do Sistema de Compressão, contribui na medida que através dele se executa o abastecimento veicular, seja no leve, pesado, empilhadeira ou alguma outra aplicação.

Contudo, um dispenser de baixa qualidade ou sem manutenção pode causar vazamentos de gás. Seja o GNV ou o biometano, o gás metano “in natura” é até 80 vezes mais potente que o dióxido de carbono (CO2) na sua capacidade de aquecimento global. Fora o risco à segurança, um equipamento defeituoso acaba prejudicando a sustentabilidade ambiental.

4. ECONOMIA E RETORNO DO INVESTIMENTO

4.1. Quais são os benefícios econômicos que o Dispenser oferece aos seus usuários?

Gabriel Kropsch: O Dispenser faz parte de um Sistema de Compressão que propicia o abastecimento do gás e todos os benefícios a partir de sua utilização. A utilização do GNV ou do biometano traz redução de custos tanto para os usuários (pessoas físicas, profissionais liberais), quanto para empresas (frotistas, transportadores). Além disso é um importante produto do portfólio de serviços oferecidos pelos postos de abastecimento. Para esses, a margem de contribuição do gás é geralmente muito maior do que a dos combustíveis líquidos.

Em relação especificamente ao dispenser, os principais benefícios econômicos de um equipamento de qualidade e bem mantido (além da segurança e redução de emissões) são a redução de perdas por vazamento, a redução de prejuízos por erros de medição e, principalmente, a redução de perdas de vendas por falha ou paralisação do equipamento. 

4.2. Qual é o tempo médio de retorno do investimento no Dispenser GNV?

Gabriel Kropsch: Essa é aquela pergunta que a resposta é: Depende! O retorno do investimento vai ser função da receita (no caso de postos) ou da redução de custos (no caso de indústrias ou frotistas) obtida a partir da utilização do equipamento. O que podemos antecipar é que hoje, devido ao envelhecimento do parque de sistemas de compressão em atividade no país, mais de 80% dos atendimentos emergenciais em postos de GNV são realizados em dispensers, simplesmente pelo desgaste ou obsolescência de seus internos.

A equipe da Sinergás pode ajudar produtores, indústrias ou postos revendedores a calcularem esse retorno caso a caso, em função do volume, custos operacionais e, principalmente, da diferença de preço entre o GNV ou o biometano e os combustíveis líquidos em cada região.

Uma opção para os clientes da Sinergás é a LOCAÇÃO do Sistema de Compressão, de forma que a empresa pode ter todos os benefícios do gás, sem ter que fazer o investimento. Nesse caso, o retorno é imediato!

4.3. Qual é o volume mínimo que viabiliza o investimento para a instalação de um posto de biometano?

Gabriel Kropsch: Todo projeto de biometano pode ser economicamente viável, mas a concepção e os equipamentos necessários variam em função do volume. Para o consumo próprio, em uma fazenda ou granja, os volumes podem ser bem pequenos. Já para um “posto de biometano”, para um abastecimento em escala comercial, a partir de 30 a 45.000 m³/mês já é possível montar uma estrutura dedicada.

4.4. Ou melhor, qual é o número mínimo de abastecimento de veículos seria necessário para a viabilidade de um posto de biometano?

Gabriel Kropsch: Se formos pensar em termos de carros de passeio, com cilindros de 17m³, seriam necessários 90 veículos abastecendo uma vez por dia ao longo de todo o mês para se atingir volume mínimo. Se pensarmos em termos de caminhões 100% a gás, bastariam apenas 6 abastecimentos por dia, todos os dias, para chegar ao mesmo volume.

4.5. Como é o pós-venda, que tipo de assistência a Sinergás oferta para os clientes que utilizam o Sistema de Compressão?

Gabriel Kropsch: Sendo a única empresa do segmento com oferta de serviços de manutenção para Sistemas de Compressão GNV ou biometano, a Sinergás possui uma rede com 5 bases operacionais pelo Brasil (Recife-PE, Salvador-BA, Rio de Janeiro-RJ, São Paulo-SP, Campo Largo-PR e Canoas–RS), mais de 100 técnicos de campo e 80 veículos, que são verdadeiras “oficinas móveis”, em todos os Estados atendidos por redes de gás canalizado. Os contratos de manutenção podem ser específicos para o Dispenser ou para todo o Sistema.

Caso o equipamento seja alugado junto à Sinergás, então o serviço de manutenção preventiva e corretiva já é incluído no valor mensal, que pode ser fixo ou variável, também dependendo do tipo de negociação. A Sinergás conta também com uma Central de Atendimento, 24 horas por dia, 100% digital. 

5. APLICAÇÕES E CASOS DE SUCESSO

5.1. Em quais locais o Dispenser e o Sistema de Compressão podem ser instalados? São equipamentos exclusivos para postos de GNV ou podem ser instalados em qualquer local onde haja produção e oferta de biometano?

Gabriel Kropsch: A instalação segue uma série de normas estabelecidas pela ABNT. Naturalmente em indústrias, além dessa norma geral existem outros requerimentos que são bastante específicos. Algumas se satisfazem em cumprir a norma, mas temos casos de outras aplicações que exigem por exemplo certificação do equipamento por Certificadora Internacional, ou um sistema acústico para redução de ruído. De qualquer forma, sempre é possível instalar o Sistema.  

5.2. Um produtor rural que tenha interesse em produzir biometano pode investir em Sistema completo de compressão e dispenser para abastecer sua frota de caminhões e tratores a GNV/Biometano?

Gabriel Kropsch: Sem dúvidas, mas antes de chegar ao Sistema de Compressão e ao dispenser, ele precisa produzir o biometano através de um sistema de purificação. Caso tenha interesse em comercializar o biometano, o gás precisa estar em conformidade com o padrão determinado pela ANP. A Sinergás pode ajudar o produtor rural em toda a sua jornada para desenvolvimento do projeto, definição dos equipamentos e comercialização do biometano. 

5.3. Poderia citar alguns cases que utilizam o Dispenser GNV da Sinergás?

Gabriel Kropsch: A Sinergás atua no mercado há mais de 30 anos, tendo implementado nesse período mais de 1.500 postos de abastecimento de GNV e biometano. Entre eles:

1. Pit Stop para empilhadeiras em diversas indústrias e empresas para movimentação interna de carga a partir de gás oriundo da rede de gás canalizado ou fornecimento por GNC.
2. Pit Stop para abastecimento de cavalos mecânicos a GNV (100% a gás ou bicombustíveis), aproveitando o biometano usado no enchimento das carretas GNC.
3. Postos de Combustíveis em geral, de Distribuidoras de Combustíveis, Redes ou revendedores independentes.  

5.4. Quando a Sinergás instalou o primeiro Dispenser GNV destinado para abastecimento exclusivo com biometano?

Gabriel Kropsch: Foi em 2017, em uma estação de tratamento de esgoto no município de Franca, SP. Isso foi antes até da resolução ANP nº 685/2017, que estabeleceu as regras para o controle de qualidade e a especificação de biometano destinado ao uso veicular. De lá para cá foram vários, principalmente no Rio de Janeiro, Paraná e um inclusive em 2020, em Plena Pandemia, em um Aterro Sanitário em São Paulo.

Foto: Posto de abastecimento Biometano (Franca - SP). Arquivo pessoal HQL

5.5. Os dispensers GNV totalizam a quantidade de gás (em m³) distribuído ao longo da sua vida útil?

Gabriel Kropsch: Sim, cada dispenser registra o volume de gás comprimido, mas essas informações pertencem a seus operadores. Em grosso modo seria pelo menos 60% do volume de gás consumido nesses 30 anos do programa de Gás Natural Veicular do Brasil. Atualmente, o mercado está em torno de 6 milhões de m³ por dia (mm m³/d).

O mercado de biometano ainda é pequeno, pois são apenas 20 unidades produtoras, sendo 6 dessas registradas na ANP para a comercialização do gás a terceiros. 

6. PERSPECTIVAS E VISÃO DE FUTURO

6.1. Qual é a importância estratégica e os benefícios que o uso do equipamento proporciona para posto de fornecimento de biometano?

Gabriel Kropsch: A importância estratégica está muito mais ligada ao produto – biometano – que ao Dispenser propriamente dito. O gás é o combustível da transição e o biometano é único combustível com pegada negativa de carbono. Até recentemente o biogás era usado majoritariamente para a geração de energia elétrica, mas a partir da Resolução da ANP que estabeleceu a especificação do biometano para uso veicular, abriu-se um novo segmento de mercado, e o dispenser é um elemento fundamental do sistema de abastecimento.

6.2. Quais são as expectativas da Sinergás para o futuro do mercado de GNV no Brasil?

Gabriel Kropsch: O consumo de GNV corresponde a apenas 2% do consumo de combustíveis no Brasil. A maior parte disso, no segmento de veículos leves. No Rio de Janeiro, por exemplo, onde o programa de Gas Natural Veicular é mais antigo, a frota a GNV responde por nada menos que 24% dos veículos leves em circulação.

Com a ampliação do acesso às redes de gás canalizado e a introdução de novas fontes de gás em regiões não atendidas pela tubulação (incluindo o biometano), é possível que o gás chegue a pelo menos 10% da matriz de transportes. Isso representaria um crescimento de 5 vezes o consumo atual, ou 30 mm m³/d. Parece muito, mas o consumo de óleo diesel hoje no Brasil equivale a 150 mm m³/d e o potencial de produção de biometano é de 120 mm m³/d.

6.3. A Sinergás possui planos de lançar novos modelos ou tecnologias para o Dispenser GNV?

Gabriel Kropsch: Sempre estamos buscando melhorias e adequações a novas aplicações. Em alguns casos existe uma demanda crescente por adição de Hardwares que permitem controle a distância dos abastecimentos. Isso ocorre principalmente junto a frotistas que são novos entrantes nesse mercado e usam o biometano em pontos estratégicos de abastecimento para garantir a fluidez de sua frota rodoviária. Nesse caso, mesmo sendo operacionalmente igual ao posto “de rua”, como o abastecimento é feito dentro de um mesmo CNPJ, os objetivos de controle são diferentes. Não há por exemplo emissão de NF de uma empresa para ela mesmo porque está abastecendo em uma garagem.

Migramos todo o controle dos Relatórios de Atendimento Técnico para um sistema digital, agilizando o retorno para os clientes e tornando toda a operação mais eficiente.  Já estamos também utilizando Inteligência Artificial Generativa para auxiliar em processos internos da empresa, e essa tecnologia pode ser expandida para aplicações externas, trazendo ainda mais benefícios para clientes e usuários finais.  

6.4. Como a Sinergás se prepara para atender às demandas e tendências futuras do mercado de GNV?

Gabriel Kropsch: O DNA da empresa é baseado em serviços e, portanto, buscamos entender os desafios e oportunidades, tanto no mercado nacional como em outros países, para garantir as melhores condições de atendimento, desde o desenvolvimento do projeto até a implantação de sistemas com base em ferramentas de Inteligência Artificial que nos auxiliam na tomada de decisão.

Como disse Peter Drucker, “a melhor forma de prever o futuro é criá-lo” e a Sinergás participa ativamente de diversas iniciativas que pesquisam, debatem e propõem soluções para ajudar as pessoas e as empresas a fazerem a sua transição energética. 

6.5. Para finalizar, que mensagem a Sinergás gostaria de transmitir aos seus clientes e potenciais clientes?

Gabriel Kropsch: Estamos há mais de 30 anos no mercado. Fomos pioneiros desde o 1º posto de GNV em 1992, nos anos 2000 apostando e trazendo o Gás Natural Comprimido para o Brasil, ou em 2008 com o 1º projeto de biometano no Rio de Janeiro. Participamos da fundação da Abiogás em 2013, passamos a ter atuação nacional em 2017 com operação própria nos estados no Nordeste. Em 2018 projetamos, construímos e instalamos a 1ª Base de Compressão de Biometano para o atendimento via GNC do Brasil. Em 2020 projetamos e implementamos o 1º Ponto de Abastecimento de Alta Vazão dedicado ao abastecimento de caminhões a gás.

Investimos muito nos últimos 5 anos em um processo de estruturação, profissionalização e digitalização da empresa, tudo isso porque acreditamos ser esse o caminho certo para viabilizar cada vez mais a aplicação do Gás Natural e do Biometano de forma segura e eficiente junto aos clientes em cada ponto do Brasil onde houver essa oportunidade. 

Para mais informações:

  • Sinergás - Modelos de Dispenser GNV Aspro, saiba mais.

Confira todos os episódios da Série Especial - Equipamentos para a área do Biogás

Uma série de reportagens especiais com o objetivo de apresentar equipamentos, ferramentas e softwares para trabalhar com digestão anaeróbia, produção de biogás e biometano.

⇒ 1º Episódio - Analisador de Biogás GEM5000 da Landtec

⇒ 2º Episódio - Sonda Multigás

⇒ 3º Episódio - Gas Endeavor

⇒ 4º Episódio - Tubo do Eudiômetro

⇒ 5º Episódio - Alimentadores de Substratos Sólidos

⇒ 6º Episódio - Gasômetros

⇒ 7º Episódio - Analisador de Biogás Optima 7 Biogas da MRU

⇒ 8º Episódio - Grupo Gerador a Biogás

⇒ 9º Episódio - Tanques em Aço Vitrificado

⇒ 10º Episódio - Cabeçote de poço ECOFLO

⇒ 11º Episódio - Sistema Portátil de Análise de Biogás

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